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102 I SÉRIE - NÚMERO 4

Desejo-lhe, Sr. Deputado Almeida Santos, e querido amigo, continuação de boa e feliz saúde e faço o voto de que mantenha activa a vontade de, regularmente, trazer à Câmara o delicado recorte da sua palavra e a excepcional finura do seu espírito.
Ao Sr. Deputado Jaime Gama, reitero os votos, que já aqui exprimi, de bom êxito na nobre função que acaba de assumir.

Aplausos gerais.

Tem a palavra o Sr. Deputado Almeida Santos.

0 Sr. Almeida Santos (PS): - Sr. Presidente, não sei bem qual é a figura regimental para agradecer as gentilezas!... Não queria deixar de agradecer, muito sinceramente, as suas palavras, que foram muito para lá daquilo que possa ter justificado e merecido, mas a amizade e a generosidade têm, às vezes, este lado quase milagroso de construírem hipérboles sobre as qualidades das pessoas de quem se é amigo.
Também tenho por V. Ex.ª maior admiração e estima. Queria dizer-lhe que aqui continuarei, como Deputado, a ser útil na medida do possível, enquanto tiver consciência de que estou a sê-lo. E tenho a certeza de que esta substituição do "sangue velho" pelo "sangue novo" - a minha substituição pelo Sr. Deputado Jaime Gama - será vantajosa para a Assembleia da República.
Muito obrigado pelas suas palavras generosas.

Aplausos gerais.

0 Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Octávio Teixeira.

0 Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Sr. Presidente, nesta oportunidade, e face à intervenção feita pelo Sr. Presidente a pretexto de o Sr. Deputado Almeida Santos ter deixado de assumir as funções de líder parlamentar do Partido Socialista, queria, em nome da minha bancada, manifestar ao Sr. Deputado Almeida Santos a forma como encarámos a sua actuação, enquanto líder da bancada do PS - que é o que está em causa neste momento, já que vai continuar a exercer as suas funções como Deputado -, salientando o nosso apreço pela atitude frontal e séria com que sempre defendeu as suas posições, mesmo que, nalgumas situações, tenhamos estado em desacordo.
Há, pois, que registar essa frontalidade, que, aliás, não foi para nós novidade mas que convém reafirmar e concretizar.

Aplausos do PCP e do PS.

0 Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Sérgio.

0 Sr. Manuel Sérgio (PSN): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, estava a olhar para a figura do Sr. Deputado Almeida Santos e a pensar que, na realidade, quando alguém sai do lugar que acaba de deixar, costuma fazer-se uma crítica.
Mas - veio-me agora à cabeça - criticar é condenar ou discernir? Segundo Heidegger - desculpem-me por recorrer sempre à filosofia, mas é porque dou umas "aulitas" disso e depois... -, devemos ir ao significado último das palavras. Ora, segundo os latinos, criticar é, precisamente discernir - do verbo cerno, cernis, cernere, crevi, credum, que significa joeirar, ou seja, separar o trigo do joio.
Depois de todo este trabalho etimológico - ou..., sei lá como é que lhe hei-de chamar! -, quero apenas deixar-lhe

uma palavra de grande admiração pelo líder parlamentar, pelo deputado, pelo homem e pelo cidadão. Muito obrigado, Dr. Almeida Santos.

Aplausos do PSD e do PS.

0 Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Pacheco Pereira.

0 Sr. Pacheco Pereira (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Almeida Santos, como sabe, há muita coisa que nós, sendo diferentes, partilhámos, a primeira das quais é a certeza de que, pela própria natureza do poder político em democracia, isto é efémero. Todos o sabemos e isso não nos diminui mas, pelo contrário, engrandece-nos!-, porque essa efemeridade vem, essencialmente, da contradição, que também lhe é inerente, em democracia, pela sua própria natureza.
Este Parlamento está perto do País, mesmo quando parece estar longe dele, por ser plural na sua composição. E, muitas vezes, travámo-nos de razões porque temos olhares diferentes sobre a realidade e, nessa contradição, com certeza, nenhum de nós se deixará de rever.
Todavia, gostaria de dizer-lhe que foi com muito gosto que isso aconteceu. Aliás, para além dessas razões, há, com certeza, em comum um grande terreno - e chamo a atenção, por exemplo, para o seu último livro, que representa uma reflexão sobre uma realidade que, sendo política, é aquela que vai condicionar, com certeza, nas próximas dezenas de anos, a nossa vida. E esse terreno comum é razão para continuarmos, todos, o nosso combate pela democracia e pela melhoria das condições de vida do Homem sobre a Terra.

Aplausos do PSD, do PS, do CDS-PP e do PSN.

0 Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró.

0 Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Almeida Santos, é sempre uma honra tê-lo aqui, no Parlamento, como Deputado, antigamente como Ministro e amanhã, talvez, também como Ministro ou como Deputado, em qualquer faceta da sua riquíssima personalidade.
Conheço-o desde novo, embora a diferença de idades fosse grande, porque vi-o passar por Coimbra - andava V. Ex.ª no sexto ano e eu no primeiro; mais tarde, acompanhei o seu trabalho como advogado, como legislador desta República, como Deputado e Ministro, e, finalmente, como presidente do seu grupo parlamentar. Nessa medida, V. Ex.ª deixou a sua marca em todos os caminhos por onde passou, isto é, não há hoje ano algum da sua vida, por onde tenha passado, onde não esteja presente o seu espírito cintilante, a sua garra, a sua maneira de escrever, de pensar, de debater, de conversar, bem como de ser amigo, parlamentar e cidadão de corpo inteiro.
Por isso mesmo, queria dizer-lhe que o seu exercício do mandato de líder parlamentar foi, para todos nós, uma lição, quer pelo aprumo e delicadeza com que sempre nos tratou, Deputados ou colegas de outras bancadas parlamentares, quer pela palavra amiga que sempre nos deu e nunca faltou, nos momentos fáceis e nos mais difíceis, quer pelo seu gosto pela negociação e pelo consenso, como meio de chegar às boas soluções sem mostrar a sua real "mão", digamos assim, nestas soluções. Todas estas atitudes ficam e ficarão como a melhor recordação da sua passagem pela presidência do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.