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I SÉRIE - NÚMERO 38

rível doença que o vitimou, a ponto de ainda na semana passada ter, já muito diminuído, feito questão de participar numa iniciativa pública sobre reflexão educativa.
Sr. Presidente, nestes momentos as palavras excessivas não são adequadas, pelo que limito-me a curvar perante a memória deste homem que nos deixou, mas que está bem presente no nosso coração.

0 Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Vieira de Castro.

0 Sr. Vieira de Castro (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Só ontem tive conhecimento do falecimento do Professor Pedro d'Orey da Cunha. Fui, pois, colhido pela surpresa e tomado pela saudade.
Tive ocasião de o conhecer pessoalmente e fiz-me seu grande amigo. Essa nossa amizade nasceu da circunstância de termos tido a oportunidade de trabalhar conjuntamente em áreas que respeitavam, simultaneamente, à segurança social e à educação. Desde os primeiros contactos que tive corri ele fiquei fascinado pelo seu saber, pela sua ponderação, pela sua afabilidade e, sobretudo, pela sua simplicidade, simplicidade essa que dava a justa dimensão de quanto ele valia!
Já tive ocasião de, com o meu silêncio, venerar a sua memória.
Por último, quero agradecer ao Sr. Presidente da Assembleia da República a oportunidade que me deu de lembrar a amizade que sentia por ele e de enaltecer esta iniciativa da Assembleia da República ao prestar-lhe esta homenagem.

0 Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró.

0 Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quando soube do falecimento de Pedro d'Orey da Cunha não acreditei, porque ainda há poucos dias estive com ele no debate público sobre a implantação, em Portugal, da reforma educativa.
Apesar da sua altura na ciência, da sua altura no saber, da sua altura como pedagogo, da sua altura como legislador (e digo isto porque ele interveio intensamente na reforma educativa), da sua altura como cidadão, Pedro d'Orey da Cunha era um homem simples, que não precisou nem nunca teve vontade de se pôr em bicos de pés. Todos nós reconhecemos isso!
Independentemente das nossas divergências políticas, gostávamos de ouvir a sua voz calma e serena, de ouvir a defesa dos seus pontos de vista objectivamente fundados sobre a pedagogia e o conhecimento do ensino e da educação e sobre a sua experiência como professor, com um vasto saber teórico.
Quando aqui vinha responder às nossas perguntas, sempre tivemos muito respeito por ele e consciência de que quando replicávamos sobre as respostas dadas era apenas para o obrigar a dizer mais do que ele sabia e não para contestá-lo. As suas respostas eram de tal maneira transparentes e objectivas que gostávamos sempre de ouvir mais.
É uma perda para a educação, para o País e para as futuras gerações, que não terão oportunidade de ouvir o seu aviso, o seu conselho, o seu exemplo e, principalmente, de conhecer o seu saber e a sua maneira de estar calmamente na sociedade como um bom cidadão e bom pedagogo.

0 Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

0 Sr. António Filipe (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Foi na Assembleia da República que tivemos oportunidade de conhecer o Professor Pedro d'Orey da Cunha, enquanto Secretário de Estado da Reforma Educativa do XI Governo Constitucional, e de com ele travar diversos debates sobre a reforma educativa que proeurou pôr em prática.
Retemos desses debates, para. além da frontalidade política, a competência e qualificação técnicas de que deu mostras.
Foi com pesar que tivemos conhecimento do seu falecimento, que nos apanhou de surpresa.
Associamo-nos, pois, a esta manifestação de pesar pelo seu desaparecimento.

0 Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada 15abel Castro.

A Sr.ª 15abel Castro (Os Verdes): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não tendo tido oportunidade de privar directamente com o Professor Pedro d'Orey da Cunha e de conhecer as qualidades humanas e intelectuais que manifestamente todos lhe reconhecem, não quero deixar de, em nome do Grupo Parlamentar de Os Verdes, associar-me a este voto de pesar e de manifestar as nossas condolências pela perda deste cidadão, alguém que manifestamente não deixou indiferença e que na sua concepção teve seguramente um registo na política educativa em Portugal.

0 Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto de pesar n.º 131/VI.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade, registando-se a ausência do Sr. Deputado independente Mário Tomé

É o seguinte:

Voto n.º 131/VI

De pesar pelo falecimento do Professor Pedro d'Orey da Cunha

0 desaparecimento, na pujança da vida, de Pedro d'Orey da Cunha constitui uma grande perda para o País e em particular para a comunidade educativa portuguesa.
Professor, pedagogo, especialista prestigiado das ciências de educação, cidadão exemplar, Pedro d'Orey da Cunha deixou em todos quantos com ele privaram, designadamente quando foi chamado a responsabilidades governativas, sentimentos de amizade e de admiração pelas suas qualidades humanas e intelectuais e pela serenidade e coragem da sua atitude perante a vida, que ficou bem patente no modo como encarou a terrível doença que o vitimou.
A Assembleia da República aprova um voto de pesar pelo falecimento do Professor Pedro d'Orey da Cunha, curvando-se perante a sua memória e apresentando à família sentidas condolências.

Srs. Deputados, peço à Câmara um minuto de silêncio.

A Câmara guardou, de pé, um minuto de silêncio.

Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Murteira.

0 Sr. António Murteira (PCP): - Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Deputados: Gostaria de vos deixar aqui algumas breves notas e algumas propostas a propósito da falta de água no Alentejo, em pleno Inverno, e da questão do aproveitamento dos recursos hídricos do nosso país.