O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

6 DE JUNHO DE 1995 2643

O Sr. José Magalhães (PS): - E os valores absolutos?

O Orador: - Mas os senhores querem que fale, do presente e sobre a vossa política presente. Sobre ela também quero dizer muita coisa, Sr. Deputado José Vera Jardim!
Até agora, Srs. Deputados, a vossa política reduz-se a um ponto: evasão simples! Como estamos numa sociedade de comunicação, é fácil e importante passar mensagens simples para a comunicação social. É o que têm feito quando afirmam: «Há insegurança. Mais polícia!». E do lado do CDS-PP: «Há insegurança. Mais penas!».

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - É tudo mentira!

O Orador: - Em alternativa a esta política, é que tenho visto, Srs. Deputados! O Sr. Deputado Jorge Loção foi a excepção: há poucos dias veio falar de um conjunto de políticas. As boas são um plágio absoluto do que se fez até aqui e as novas são más! Depois, se quiserem, poderei tentar demonstrar-vos isso mesmo.
Mas, Srs. Deputados, esta situação não se resolver nem com mais polícias nem com mais penas. É uma questão muito complexa de política. O País só pode acredita que os senhores têm uma política de segurança se reconhecerem que o «suburbano» é uma questão; enquanto não o fizerem, ninguém pode acreditar em vós.

Aplausos do PSD.

O Sr. Jaime Gama (PS): - Isso é óbvio!

O Orador: - É óbvio, sim, Sr. Deputado Jaime Gama, mas os senhores só reconhecerão isso quando retirarem tudo o que disseram aqui no debate sobre asilo e imigração!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Enquanto não retirarem tudo o que disseram e não derem o dito por não dito, não podemos acreditar nos senhores em relação ao suburbano. É tão simples como isto: os senhores têm de dizer que se enganaram!

Aplausos do PSD.

Os senhores têm de reconhecer que a resposta não é só «mais polícias». Há também o problema da droga. Mas enquanto não vierem dizer que se enganaram, que estavam errados quando disseram que defendiam a despenalização do consumo de drogas...

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Está a falar do Paulo Mendo?!

O Orador: - Não, estou a falar do Sr. Deputado Eurico Figueiredo! O Sr. Ministro Paulo Mendo nunca o disse!

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Está a atacar o Ministro da Saúde! Já não há solidariedade!

O Orador: - Disse-o o Sr. Deputado Eurico Figueiredo!
Enquanto os senhores não perceberem que isso seria um erro e uma machadada fatal no combate à droga, não posso acreditar em vós.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Hoje os senhores falam da polícia, mas chamaram-me aqui, vezes sem conta, para a atacar e dizer que ela não é digna de respeito!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Enquanto os senhores não desdisserem tudo o que disseram das polícias,..

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Não é das polícias, é do chefe dos chefes, que é o senhor!

O Orador: - ...ninguém pode acreditar em vós!

Aplausos do PSD.

Têm de vir aqui dizer que se enganaram! Aliás, Sr. Deputado, fale com seriedade, se alguma vez forem Governo..., não sei quando, mas se alguma vez isso acontecer,...

Vozes do PS: - Em Outubro!

O Orador: - .. a primeira coisa que têm de fazer é pedir desculpa às polícias por aquilo que disseram delas durante três anos! É a primeira coisa a fazer!

Aplausos do PSD.

Enquanto não desdisserem aqui tudo o que afirmaram sobre o Serviço de Informações, ninguém pode acreditar na vossa política de segurança; enquanto persistirem, por exemplo, por questões de táctica política, em recusar-se a eleger o conselho de fiscalização, é porque não acreditam no SIS e não sabem o que ele representa no contexto da política de segurança!

Aplausos do PSD.

Mais, Srs Deputados: enquanto defenderem um sindicato de polícia não podem ser Governo. E vou dizer-lhes porquê.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Porque, hoje em dia, a questão das polícias não é dar-lhes mais direitos, porque eles já estão consagrados na respectiva associação sócio-profissional e na lei. Agora, quando os senhores defendem um sindicato de polícia - que não pode ter nem mais um direito, porque os senhores não podem atribuir-lhes o direito da negociação salarial nem o direito de greve -, estão a dizer que, para os senhores, ser polícia é ter um emprego. Para nós, diferentemente, ser polícia é defender uma causa, ter uma missão!

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - E as milícias populares? Também estão a defender uma causa!

O Orador: - É por isso, Srs Deputados, que nunca quis nem quero um sindicato de polícia!

Aplausos do PSD.

Não quero recrutar polícias que olhem para o relógio e digam: «Posso ver um esticão e virar as costas, porque passaram as seis horas do meu turno e não é nada comigo». Não é assim: quem é polícia e, mesmo depois de