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3114 I SÉRIE - NÚMERO 91

O Sr. Antunes da Silva (PSD): - 15so já é pior que demagogia!

O Orador: - Em matéria financeira, esteja tranquilo! Ao contrário do Ministério das Finanças, nós fazemos contas e vamos, aliás, em breve, apresentar as projecções macroeconómicas, desde 1995 até 1999, com a afectação da despesa pública a todas as suas finalidades.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - E apesar da sua experiência governativa, confrange-me que não tenha compreendido que, entre 1995 e 1999, por simples efeito do crescimento económico, por pequeno que seja - e connosco será maior -, haverá...

Vozes do PSD: - Ah!

O Orador: - ... um aumento natural da despesa pública muitíssimo superior, mesmo reduzindo o PIB em 2 ou 3 pontos, para ter em conta a convergência...

Vozes do PSD: - Cá está o PIB!

O Orador: - Srs. Deputados, não tenho qualquer problema por ter tido um lapso, mas devo dizer-vos que a vossa sedução pelo PS é tal que, a partir do momento em que tive um lapso, "desataram" todos a ter lapsos.

Aplausos do PS.

O Ministro do Mar já não sabe nada e até o Sr. Primeiro-Ministro já não sabe quantos cantos tem Os Lusíadas!

O Sr. Manuel Alegre (PS): - É mais grave!

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP) - Nem onde fica Timor!

O Orador: - Ora, se não sabem, gostaria de vos dizer o seguinte: o PIB muda todos os anos e pode ser calculado de vários modos. Agora, Os Lusíadas tem os mesmos 1O cantos desde o século XVI.

Aplausos do PS.

Adoro ver-vos brincar com o meu lapso, que se transformou numa prática corrente para toda a vida política portuguesa, mas é fácil fazer contas.
Se o produto crescer 3 a 3,5%, para sermos consentâneos com as propostas da OCDE,...

O Sr. Silva Marques (PSD): - Quanto é que crescerá convosco?!

O Orador: - Connosco será mais!
Como estava a dizer, se o produto crescer 3 a 3,5%, para sermos consentâneos com as propostas da OCDE, ao fim de quatro anos isso representará entre 13 e 15% do produto, como sabe.
Ora, como a despesa anda por metade do produto, se a despesa crescesse sem alterar a sua percentagem, teria crescido entre 6,5 e 7,5% do produto. Se lhe tirar 2% para a convergência,...

O Sr. Manuel Alegre (PS): - Escrevam, escrevam!

O Orador: - ainda fica com mais do que o suficiente para acomodar o 1,3% exigido pela educação e pelo rendimento mínimo garantido, sem ter de tirar mais nada a coisa nenhuma, reduzindo o ritmo de crescimento dos outros sectores.

Protestos do PSD.

Aplausos do PS.

Agora, há duas situações fundamentais: uma coisa é ter um lapso - quem tem um lapso corrige-o -, outra coisa é ser ignorante, pois quem é ignorante nunca corrige os lapsos!

Aplausos do PS.

Finalmente, Sr. Deputado, em relação à experiência governativa também lhe digo que aquela que gera o caos, a inflação, o desemprego, enfim, todas essas coisas,...

O Sr. Vieira de Castro (PSD): - Está a falar do PS!

O Orador: - ... não é experiência governativa que me interesse, quer tenha sido exercida no Governo do bloco central - que, honra lhe seja feita, nunca atacou, ao contrário do seu líder -, quer tenha sido exercida posteriormente, com outros defeitos.
Em todo o caso, devo dizer-lhe que os melhores primeiros-ministros que a Europa conheceu...

Vozes do PSD: - Já sabemos o que vai dizer!

O Orador: - ... não tinham experiência governativa e o homem que o Dr. Cavaco Silva mais admira na Europa, o Presidente do Governo espanhol, Felipe Gonzalez, nunca teve qualquer experiência governativa antes de exercer as suas funções.

Aplausos do PS.

O Sr. Manuel Alegre (PS): - Tomem nota! Ponham na lista!

Vozes do PSD: - Não sabem dizer mais nada!

O Sr. Presidente: - Para uma interpelação à Mesa, tem a palavra o Sr. Deputado Álvaro Barreto.

O Sr. Álvaro Barreto (PSD): - Sr. Presidente, lamento que o Sr. Deputado António Guterres tenha usado expressões que considero, eticamente, menos correctas, ao atacar-me dizendo que estou algo arrependido. Aliás, recordo que já em debate anterior em que aqui intervim, ele fez exactamente a mesma acusação, o que demonstra que não tem grande imaginação.
Gostava, no entanto, de esclarecer que, embora tenha lutado no congresso do meu partido por outro candidato à liderança, sempre afirmei que, a partir do momento em que o Dr. Fernando Nogueira fosse líder do partido - e fi-lo no próprio dia do congresso -, contaria sempre com a minha leal colaboração. Fi-lo publicamente e tenho muita honra em repeti-lo hoje, aqui, outra vez.
Em segundo lugar, gostaria de chamar a atenção para o seguinte: V. Ex.ª referiu-se a um lapso seu acerca do PIB, mas, propositadamente, não quis levantar essa questão. No entanto, constato, e peço-lhe para tomar nota, que a despesa pública é de 4,7 milhões de contos, ou seja, é de 1/3 do PIB e não metade, como acabou de dizer.