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311O I SÉRIE - NÚMERO 91

Não quero ministros e secretários de Estado que nunca sabem nada, que nunca se responsabilizam por nada e que utilizam a maioria parlamentar para impor o segredo e ocultar a verdade.

Aplausos do PS.

Em Portugal, há uma velha tradição com que temos de acabar - é velha, não se refere apenas aos últimos anos: se um trabalhador eventual cometer um erro é despedido, se um membro do Governo, um alto funcionário, ou um gestor público cometerem um erro são, muito provavelmente, promovidos.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Quero na vida política portuguesa uma nova cultura de responsabilidade, contra o laxismo, a facilidade e a ocultação.

O Sr. Rui Carp (PSD): - E Albufeira?

O Orador: - Foi, e bem, desautorizado por mim. Gostaria de vos ver, e bem, desautorizarem os que entre vós prevaricam!

O Sr. Rui Carp (PSD): - E a Nazaré?

O Orador: - Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Deputados: Perante um PS que fala do futuro e apresenta ideias e propostas para enfrentar de novo os problemas nacionais, os membros do PSD, no essencial - vimo-lo, hoje, uma vez mais -, têm-se resumido a dizer mal do PS, nos intervalos, que felizmente não são muitos, em que não dizem mal uns dos outros!

Risos do PS.

O PSD é hoje o partido de maledicência, uma espécie de sessão contínua da Noite da Má Língua!

Risos do PS.

A primeira obsessão maledicente do PSD é a de tentar convencer os portugueses de que o PS estaria sempre a fazer promessas e que essas promessas obrigariam ao aumento dos impostos e da despesa pública.

Vozes do PSD: - É verdade!

O Orador: - Oiçam! Oiçam! Oiçam e esclareçam-se!
O truque é bem conhecido: repita-se uma mentira vezes sem conta, até que as pessoas acreditem que é verdade!
Para ilustrar as coisas, dou-vos quatro exemplos concretos.

Uma voz do PS: - Tomem nota!

O Orador: - Primeiro exemplo: no dia do famoso lapso sobre o PIB, ...

Vozes do PSD: - Ah!

O Orador: - ... que gostosamente aqui assumo, estava eu a explicar que, infelizmente, as dificuldades financeiras do País não permitiam aplicar a curto prazo o nível desejável de despesa pública com a saúde - os tais 6% do PIB. Logo, todos os meus adversários passaram a alardear por todo o lado exactamente o contrário: que eu tinha prometido gastar com a saúde exactamente a verba que, expressamente, eu afirmara não ser possível despender de imediato.

Aplausos do PS.

Risos do PSD.

Lá chegará o dia, Srs. Deputados, infelizmente, não a curto prazo, mas lá chegará o dia em que poderemos gastar com a saúde aquilo de que os nossos doentes precisam e merecem.

Aplausos do PS.

Compreendo que o não queiram! Nós fá-lo-emos logo que pudermos!

Aplausos do PS.

Segundo exemplo: Visitei recentemente uma feira de calçado. Tive uma agradável troca de impressões com os industriais do sector. Nada prometi.

Vozes do PSD: - Foi excepção!

O Orador: - No Telejornal do Canal 1, lá vinha a mensagem: "Guterres fez hoje promessas aos industriais do calçado". Não diziam quais nem isso importava...

O Sr. Manuel Alegre (PS): - É uma vergonha!

O Orador: - O que se pretendida era acentuar, de forma insidiosa mas falsa, que ando sempre a fazer promessas!

Aplausos do PS.

São essas, evidentemente, as instruções do "Ministro da Propaganda" ao Canal 1 da RTP!

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Exactamente!

O Orador: - Terceiro exemplo: estive, há tempos, numa suinicultura e almocei com empresários do sector.

Risos do PSD.

Estejam descansados, Srs. Deputados do PSD, que tenho a elegância suficiente para não ir embaraçar o vosso Primeiro-Ministro!

Aplausos do PS.

Como dizia, almocei com empresários do sector, ouvi os seus problemas e, no final, para entender bem, procurei fazer um resumo das suas reivindicações, dizendo-lhes que iria estudá-las e combinando uma futura reunião.

Vozes do PSD: - Já estudou?

O Orador: - Com certeza! Se estou há quatro meses à espera que o Dr. Fernando Nogueira acabe de estudar, também eu tenho o direito de estudar alguma coisa!

Aplausos do PS.

Qual não é o meu espanto, quando ouço o próprio Primeiro-Ministro dar, como elemento gerador da tal derrocada orçamental - que o Sr. Ministro das Finanças está a