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23 DE JUNHO DE 1995 31O7

Aplausos do PS.

Os portugueses estão fartos de ser enganado e de quem os engana.

O Sr. José Puig (PSD): - 15so é verdade!

O Orador: - Não vale a pena insistir no óbvio. Estou aqui, sim, para contribuir para uma nova esperança, para uma nova relação de confiança, tão necessária entre governantes e governados. Uma relação assente na verdade. É possível governar diferente e governar melhor. Mas a verdade obriga a reconhecer os limites em que se move um país pequeno, integrado na União Europeia e num mercado cada vez mais global. Quem o esquecer poderá agitar ilusões mas nada construirá de sólido. Comigo, Portugal irá prosseguir com determinação os objectivas políticos, económicos e monetários da integração europeia,...

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - ... objectivos que exigem estabilidade cambial e redução progressiva do défice público e da inflação, que exigem a estabilidade cambial que não tivemos nos últimos quatro anos...

O Sr. Manuel Alegre (PS): - Ora aí está!

O Orador: - ... porque começámos por ter uma valorização nominal e real do escudo que foi excessiva para, depois, em dois discursos lamentáveis, do Ministro das Finanças e do Primeiro-Ministro, termos ajudado a precipitar uma queda brusca do escudo.

Aplausos do PS.

Andámos a subir e a descer, não tivemos estabilidade cambial.

Aplausos do PS.

Sem fundamentalismos desnecessários, mas assegurando o cumprimento das regras que nos permitam aceder à moeda única em 1999, de acordo com as palavras do Dr. Manuel Bessa, que, há pouco, aqui ouvi referir - e muito bem.
Mas, se assim é, são também necessárias quatro linhas fundamentais de renovação no plano político: um poder político diferente, firme e determinado, mas dessacralizado, aberto ao diálogo e à partilha das responsabilidades; uma visão estratégica concertada com a sociedade sobre o futuro da economia, e não só, sobre a capacidade de afirmação da língua e da cultura portuguesas no mundo;...

O Sr. Manuel Alegre (PS): - Muito bem!

O Orador: - ... uma verdadeira sensibilidade às injustiças e aos problemas sociais; e, porventura acima de tudo, um novo sentido das responsabilidades que faça do Estado uma pessoa de bem e que não permita aos responsáveis políticos fingir que nunca sabem o que lhes diz respeito e que nunca lhes diz respeito aquilo que sabem.

Aplausos do PS.

Em primeiro lugar, quero um poder político que substitua a arrogância pela convicção, o autoritarismo pela firmeza e pela persuasão.
Quero um governo que acabe com o segredo, a manipulação estatística - para começar, seria bom entregar-nos imediatamente o estudo feito sobre as propostas do PS! - ...

Aplausos do PS.

... e a ocultação selectiva dos dados ao serviço da propaganda.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Quero um governo consciente do risco do abuso de poder, que aceite sem reservas ser fiscalizado e que valorize as oposições em vez de as insultar, na acção política e até na questão simbólica do reconhecimento protocolar.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Nunca quis nada para mim. Mas, se for, como espero, primeiro-ministro - e isto não custa um tostão ao erário público -, ...

Risos do PSD.

... não quero os futuros líderes das oposições colocados atrás do último subsecretário de Estado.

Aplausos do PS.

É uma questão de respeito e de cultura democrática'
Quero um governo que cumpra a lei e respeite a independência das magistraturas, que prefira o princípio das carreiras e dos concursos públicos baseados na competência à lógica partidária e clientelar das nomeações por confiança política.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Quero um governo que dialogue com os cidadãos e que partilhe o poder com regiões e municípios, mas também com as associações representativas da sociedade civil.
Quando, hoje, pretendo saber o que Portugal diz, de facto, nos Conselhos Europeus, tenho de recorrer ao testemunho dos meus colegas socialistas, primeiros-ministros de outros países da União. 15to vai acabar!

Aplausos do PS.

O futuro primeiro-ministro não usará o segredo e a dissimulação para tentar transformar em falsas vitórias o que se passa secretamente em Bruxelas... ou em Madrid.
Quero um governo que os cidadãos se habituem a respeitar, sem medo, e no qual possam confiar, o que requer uma segunda linha indispensável de mudança.
Temos uma economia que, hoje, se arrasta sem estratégia, aos tropeções, a reboque dos parceiros europeus. Fracassou o modelo adoptado nos últimos 1O anos de poder, o de pensar Portugal como o país de mão-de-obra mais barata num mercado europeu fechado.

O Sr. António José Seguro (PS): - Muito bem!

O Orador: - Bastava construir estradas. O investimento nas pessoas não tinha valor estratégico. O interesse da mão-de-obra estava em ser barata, não em ser qualificada. Foi possível disfarçar as consequências deste modelo