O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

25 DE SETEMBRO DE 1998 137

Sublinho, Sr. Deputado Francisco de Assis, que sou de opinião que este debate, de facto, não contribui para dignificar os trabalhos daquela Comissão.

O Sr. Nuno Baltazar Mendes (PS): - Então, e a conferência de imprensa?!

O Orador: - Fazia todo o sentido que esta intervenção fosse feita depois de chegarmos a conclusões.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco de Assis.

O Sr. Francisco Assis (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Moura e Silva, no fundo, o Sr. Deputado usou da palavra para proclamar a sua independência na apreciação deste processo. Não sei se essa súbita necessidade de proclamação de independência decorre da circunstância de se ter tornado público que o PP tem um novo regulamento de funcionamento interno, não sei se estaria a enviar algum recado a quem tem hoje a incumbência de dirigir o PP...

Risos do PS.

O Sr. Moura e Silva (CDS-PP): - É o regime jurídico das comissões de inquérito!

O Orador: - ... ou se estava a fazer esta proclamação de independência com receio de que outros representantes do PP assumissem a sua independência e isenção e fizessem uma análise absolutamente objectiva de todo este processo.

Vozes do PS: - Muito bem! Bem lembrado!

O Orador: - Quanto ao resto, não disse rigorosamente mais nada!
Na verdade, o que se poderia esperar era que o Sr. Deputado do PP viesse aqui dizer que, mau grado os entendimentos que se vão desenhando entre os dois partidos, o PP não se reconhecia nesta forma de actuação do PSD. Nesse caso, o PP poderia até assegurar a manutenção de alguma autonomia política, dizendo que, mau grado alguma aproximação noutros planos, no plano dos comportamentos, do discurso e da linguagem mantinha alguma autonomia e não enveredava por este discurso tão primário e tão demagógico.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Se haveria alguma expectativa, poderia ser essa, mas foi totalmente frustrada.
V. Ex.ª quis dizer aqui que é independente, mas quem se sente verdadeiramente independente na apreciação seja do que for raramente tem necessidade de o afirmar publicamente.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para fazer uma interpelação à Mesa, e espero que seja mesmo uma interpelação, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel dos Santos.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Sr. Presidente, usando a expressão que era habitualmente usada pelo saudoso companheiro de Assembleia, Carlos Coelho, vou fazer uma verdadeira interpelação.
O Sr. Deputado Moura e Silva, aliás, como todos os Srs. Deputados excepto eu, porque tenho de lá estar, uma vez que sou o Presidente, e tenho lá estado, desde o primeiro ao último momento - a não ser quando falto, como sucedeu na passada sexta-feira, por razões estritamente pessoais -, não estão durante todo o tempo nas reuniões da Comissão de Inquérito. Nessa medida, entendo que a observação que o Sr. Deputado fez resulta de não ter estado presente o tempo inteiro na tal reunião onde afirmei mais ou menos o que o Sr. Deputado disse.

O Sr. Presidente: - Agradeço que sintetize, Sr. Deputado, e que circunscreva a matéria da interpelação.

O Orador: - Mas, para que não fiquem quaisquer dúvidas, vou reafirmar o que afirmei e manter o que disse na altura.
Houve uma determinada audição onde, na minha opinião, foram feitas declarações verdadeiramente injuriosas para a honra e dignidade de determinadas pessoas e eu, como Presidente da Comissão, não posso ser neutral perante isso. O que disse numa reunião seguinte foi que, quando tivesse a acta dessa reunião, o que, aliás, ainda não se verifica, porque os serviços ainda não a disponibilizaram, iria analisar exactamente essas declarações e, no quadro das minhas competências pessoais e das competências da Comissão, colocado o problema à Comissão, naturalmente, actuaria. E quero aqui reafirmar que actuarei, em defesa da honra das pessoas, custe isso o que custar ao Deputado Manuel dos Santos, do ponto de vista político ou do ponto de vista pessoal.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Moura e Silva inscreveu-se para usar da palavra mas tem de caracterizar a figura regimental que pretende utilizar, porque se não for uma verdadeira interpelação, peço-lhe desculpa mas não deixo contaminar esta sessão por interpelações que o não sejam.
Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Moura e Silva (CDS-PP): - Sr. Presidente, com todo o respeito, é uma verdadeira interpelação.
Quero apenas dizer ao Sr. Presidente e à Câmara, se me é permitido, que me orientarei nesta Comissão de Inquérito de acordo com o regime jurídico para a constituição das comissões de inquérito.

O Sr. José Magalhães (PS): - Isso é uma interpelação? Leia o Regimento!

O Orador: - Essa é a minha cartilha, é o documento que me obriga e é sob esse documento que darei a minha prestação nesta Comissão de Inquérito.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Sr. Rui Namorado (PS): - Pôs alguma vez a hipótese de não cumprir a lei?!...