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140 I SÉRIE - NÚMERO 5 

É a respeito do preço, segunda questão factual, que coloco à consideração de todos, vamos ser sérios por um instante, nesta operação...

Protestos do PS.

Sejam sérios por um instante!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, agradeço que façam silêncio.

O Orador: - Srs. Deputados, vamos ver se os senhores, agora, com este novo facto, têm vontade de rir.
E conhecido publicamente o preço da aquisição da primeira tranche de 25%, feita por esse grupo económico em 1989. Ninguém teve problemas em divulgá-lo.

O Sr. Silvio Rui Cervan (CDS-PP): - Foi mais barato! Bastante mais barato!

O Orador: - É conhecido e divulgado publicamente o valor da aquisição de uma segunda parcela, mais 25%, feita em 1995; foi divulgado publicamente, como disse, e ninguém teve problemas nisso. É conhecido o preço pelo qual o IPE comprou, em Novembro de 1997; foi divulgado, é conhecido, ninguém teve qualquer problema com isso. Também é conhecido o volume de investimentos, em geral, que o grupo económico em causa diz que realizou no Brasil; também é conhecido, foi divulgado e não houve qualquer problema com isso. Agora, peço que me dêem, por favor, uma razão válida para, sendo conhecida a compra da primeira tranche, em 1989, a compra da segunda tranche, em 1995 - sempre pelo mesmo grupo - e a venda, depois, ao IPE, em Novembro de 1997, só não ser conhecido e só haver recusa em divulgar o valor da compra da terceira tranche, feita em Junho de 1997, dos últimos 50%.

Aplausos do PSD.

Protestos do PS.

O Sr. Nuno Baltazar Mendes (PS): - É falso o que o senhor está a dizer! É inacreditável!

O Orador: - Qual é a razão para o grupo económico, e outras entidades, divulgarem todos os dados desta operação, incluindo as compras anteriores da mesma Companhia Real de Distribuição, e só se recusar, obstinadamente, a divulgar aquela última, que é contemporânea da venda a seguir feita ao IPE?

O Sr. Artur Torres Pereira (PSD): - É gato escondido com o rabo de fora!

O Orador: - Para qualquer pessoa de bom senso que usa a cabeça para pensar, pergunto, volto a repetir, se não é suspeita esta recusa em fornecer estes elementos, que, ainda por cima, são públicos porque legalmente têm de ser registados no mercado de valores mobiliários do Brasil.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Artur Torres Pereira (PSD): - Agora já não falam!

O Orador: - Anão ser que os senhores, ainda que implícita e inconscientemente, entendam que há qualquer coisa por detrás de que não convém falar! Então, nessa altura, Srs. Deputados, tenho de dizer que o papel do responsável político é esclarecer tudo, é apurar tudo, doa a quem doer e custe a quem custar, em particular a quem tem independência política e independência económica.

Aplausos do PSD.

O Sr. Acácio Barreiros (PS): - Apresente provas disso!

O Orador: - O terceiro facto tem a ver com o comportamento do EPE.

O Sr. Rui Namorado (PS): - É o ajuste de contas!

O Orador: - O IPE pode ter mandado fazer avaliações, que, de resto, ao contrário do que tem sido dito ou insinuado não têm em atenção revalorizações no período de Junho a Novembro, dado que as avaliações foram feitas em período anterior a Junho e conhecidas no mesmo mês em que o grupo económico comprou os 50%. Não contam, portanto, para efeitos de valorização da acção futura.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Quer dizer que ainda era mais!

O Orador: - Agora, avaliações, são avaliações, mas dêem-me, por favor, uma razão válida para que, quem quer comprar, neste caso o IPE, para além das avaliações, não ter querido saber junto do grupo económico em causa quanto tinha custado, alguns meses antes, a compra que realizou no Brasil.

O Sr. Nuno Baltazar Mendes (PS): - Não acredito no que estou a ouvir!

O Orador: - É legítimo que quem compra e que, portanto, quer defender o seu dinheiro, não queira saber este elemento determinante, que, porventura, é muito mais importante que as avaliações?
É que, Srs. Deputados, a grande avaliação, neste caso, era o valor da compra feita alguns meses antes,...

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Essa é boa!

O Orador: - ... e se a seguir queria realizar uma mais-valia, em função, eventualmente, daquilo que entendesse ser um interesse a defender, com certeza. Agora, não querer saber, para além das avaliações, qual foi o preço praticado uns meses antes, significa isto: esse Instituto cometeu aqui um grave erro, do qual não é minimamente desculpável, o não ter cumprido o dever de cuidado, de informação, de esclarecimento de uma questão nuclear para aferir da bondade da operação, que era saber o preço praticado uns meses antes.
Isto é fácil de provar em termos mais simples: se um de nós quer comprar uma casa ao vizinho do lado, pode munir-se de avaliações, pode munir-se de informações, mas se esse vizinho comprou a casa, uns meses antes, a primeira preocupação, na defesa do dinheiro de cada um, é