O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

5 DE FEVEREIRO DE 1999 1633

contrava-se, naturalmente, a França A França, que havia acolhido tantos dos vossos compatriotas compelidos ao exílio

Aplausos do PS e do PSD

Esta ruptura, por tanto tempo esperada, democraticamente realizada produziu os seus efeitos para além das vossas fronteiras Nomeadamente na América Latina, como se várias nações tivessem esperado este sinal, o vosso sinal, para empreender, por sua vez, o caminho da liberdade
Então, integralmente restabelecidos, os valores democráticos, aos quais o povo jamais renunciara, voltaram a vigorar, desta vez para sempre As instituições representativas rapidamente se enraizaram, nutridas pelo pluralismo político, exaltando as liberdades individuais e os direitos fundamentais da pessoa humana, de que os senhores são os eloquentes actores
O vosso país pôde, então, reunir-se naturalmente à sua família, a Europa, retomando o lugar que o seu passado glorioso e a sua poderosa cultura lhe conferem por direito Então, portugueses e franceses reencontraram-se
Foi então reinstaurado o diálogo entre os nossos dois povos, o diálogo de duas grandes Nações, que foram dois berços de civilização, que afirmaram, ao longo da História, com a mesma tenacidade e determinação, o seu carácter singular, que exerceram responsabilidades à escala mundial e cuja cultura continua a brilhar em todos os continentes
Um diálogo nutrido de longa data por centenas de milhares de portugueses presentes no território francês Os vossos compatriotas constituem, em França, uma das primeiras comunidades estrangeiras Aliás, pergunto-me se se pode qualificar de estrangeira uma comunidade que pertence à União Europeia e que tão admiravelmente se integrou enriquecendo a França tanto no plano material como no plano cultural e espiritual

Aplausos do PS e do PSD

Uma comunidade ardente e corajosa, que - repito - tanto tem contribuído para o nosso país Uma comunidade que e também orgulhosa das suas raízes, fiel às suas tradições, legitimamente apegada ao seu país de origem Hoje, neste recinto, desejo prestar-lhe a minha homenagem simultaneamente reconhecida, calorosa e amistosa

Aplausos do PS do PSD, do CDS-PP e do PCP

Doravante, o nosso diálogo é o de dois povos que têm destinos cruzados, porque estão a construir juntos a Europa
Desde os primeiros tempos, a França tem aplaudido e estimulado o vosso empenhamento europeu, manifestado logo após a vossa revolução democrática Que longo caminho foi trilhado em apenas uma geração! Quanto esforço tem sido empreendido desde o pedido de adesão, em 28 de Março de 1977, um dos actos fundadores do primeiro governo constítucional presidido pelo Exmo. Sr. Mário Soares.

Aplausos do PS

Que constância na determinação de acelerar a História para vos alçar ao vosso lugar nas primeiras posições na Europa!
Quero saudar as mulheres e os homens do vosso país que souberam iluminar o caminho que leva ao futuro e manter o leme na direcção certa Aqui, como em outras paragens, e talvez mais do que em outros países, a lembrança de um passado nacional aberto para a imensidão dos mares poderia ter dificultado a aceitação da União Europeia Mas aqui, mais do que em qualquer outro país, a grande maioria dos vossos dirigentes políticos e o conjunto da Nação perceberam que era necessário avançar sem hesitar, que os nossos antigos Estados-nações, para poderem existir no mundo de amanhã, para serem donos do seu destino, têm em primeiro lugar de unir-se.
Os esforços empreendidos por todos, numa admirável continuidade política, produziram os seus frutos O vosso país está a registar um desenvolvimento rápido, constante, excepcional, devendo-o à sua abertura resoluta e, sobretudo, à sua participação na Europa.
Os vossos sucessos são admiráveis Com uma notável actividade industrial e comercial, o crescimento económico de Portugal é impressionante A vossa inflação foi jugulada e os vossos défices controlados, a vossa taxa de desemprego é uma das mais baixas da União Europeia, o vosso país está a tornar-se um dos primeiros destinatários dos investimentos na Europa e as empresas francesas sabem-no muito bera Grandes ou pequenas, elas têm feito de Portugal um parceiro económico primordial para a França
Hoje estamos, pois, empenhados, com nove outros parceiros, no projecto do euro, sem que tenhamos tido de sacrificar as nossas políticas sociais, os nossos interesses nacionais ou a nossa identidade
O ano de 1999 iniciou-se, com efeito, através de um acontecimento considerável pela primeira vez desde a Roma antiga, os europeus têm uma moeda única A sua criação no dia exacto previsto, no término de um longo processo que permitiu a convergência de 11 economias para os mesmos objectivos atingidos no mesmo momento, é a vitória de uma determinação colectiva Quaisquer que sejam as dificuldades, os europeus souberam tomar possível o que era obviamente necessário
O euro, necessário para o crescimento e por conseguinte para o emprego, conduzirá a Europa mais longe na coordenação das suas políticas económicas e sociais Gerará ambições e será um motor de progresso para todos os europeus É também uma boa notícia para o mundo moeda da primeira potencía económica e comercial do planeta, o euro contribuirá para um melhor equilíbrio do sistema financeiro internacional, como, aliás, já o tem demonstrado o acolhimento extremamente positivo que lhe têm reservado as parcas financeiras do mundo inteiro.
Mas, para além das solidariedades concretas de que o euro é a mais forte expressão, portugueses e franceses partilham primordialmente a mesma ideia do homem e a mesma ambição política para a Europa, o mesmo amor pela liberdade, pela democracia, pela solidariedade, pelo progresso e pela paz.
Onde poderiam esses valores ser expressos de maneira mais veemente que aqui, neste Parlamento, onde são pensadas, debatidas e redigidas as leis que se aplicam a cada um para o benefício de todos. Nesta tribuna, onde V. Ex.ª mesmo, Sr. Presidente, lamentava, há algumas semanas, por ocasião do 50 º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que esses direitos, reconhecidos a todos, permaneçam, no entanto, muitas vezes no plano puramente teórico. Nesta tribuna, Sr. Presidente, onde V. Ex.ª apelava para «Um novo pacto, uma nova ordem mundial, que