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1292 | I Série - Número 33 | 22 de Dezembro de 2000

 

tado aqui o problema e dizer estar devidamente informado, gostaria que me esclarecesse.
Mais, também gostaria que me informasse se a greve tem a ver com questões de carácter social - e podemos, naturalmente, falar sobre isso, aliás, penso que o devemos fazer - ou só com o processo disciplinar instaurado ao delegado sindical. Aliás, como muito bem disse, ele já não vai no primeiro mas no segundo processo disciplinar.
Já agora aproveito para pedir, através da Mesa, que me seja facultada a cassette e a cópia do processo disciplinar que deu origem ao primeiro processo disciplinar levando ao delegado sindical.
Portanto, Sr. Deputado Vicente Merendas, gostaria que fizesse o favor de esclarecer-nos sobre esta matéria, porque, como é natural e compreenderá, já que o senhor tem umas informações e eu tenho outras, a Câmara desta forma ficaria melhor esclarecida.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Vicente Merendas.

O Sr. Vicente Merendas (PCP): - Sr. Presidente, contra factos não há argumentos e, assim sendo, fico estupefacto em ver como o Sr. Deputado António Saleiro consegue arranjar argumentos para contrariar estes factos! O Sr. Deputado António Saleiro não vive no País real mas, certamente, num país virtual! Mais, Sr. Deputado António Saleiro, recomendo-lhe que «ligue os máximos» e que deixe de «funcionar com os mínimos», porque, assim, dificilmente conseguirá ver alguma coisa à sua volta!
Eu disse que durante a manhã estive em contacto com os representantes dos trabalhadores e obtive determinadas informações. Do seu pedido de esclarecimentos, a Câmara pode concluir que o Sr. Deputado António Saleiro esteve em contacto com a administração e, logicamente, obteve outro tipo de informações…

Vozes do PCP: - Exactamente!

O Orador: - … que não podem coincidir com as dadas pelos representantes dos trabalhadores.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Exactamente!

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Nós estamos com os representantes dos trabalhadores.

Aplausos do PCP.

O Sr. António Saleiro (PS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. António Saleiro (PS): - Para exercer o direito regimental da defesa da honra pessoal, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Apesar de só poder usar da palavra para esse efeito no fim do debate, peço-lhe que diga já qual foi a matéria que considerou ofensiva, a fim de eu saber se, na altura, devo ou não dar-lhe a palavra.

O Sr. António Saleiro (PS): - Sr. Presidente, considerei ofensiva a analogia feita com os «máximos» e os «mínimos» e outras coisas que o valham!

Risos do PCP.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, sobre essa matéria não posso dar-lhe a palavra, nem mesmo no fim do debate!

O Sr. António Saleiro (PS): - Sr. Presidente, o Sr. Deputado Vicente Merendas diz que eu não ando com os faróis ligados e que não estou neste mundo! Então onde é que estou?!

O Sr. Presidente: - Desculpe, Sr. Deputado, não lhe dei a palavra.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Basílio Horta.

O Sr. Basílio Horta (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Vicente Merendas, quero fazer-lhe uma pergunta não sobre a Somincor, porque não estamos devidamente informados, mas sobre o que ele disse em relação à TAP.
O que sucede é que, em nosso entender, defender hoje o interesse dos trabalhadores, que é sempre um interesse legítimo e fundamental, não passa, por vezes, por defender apenas e só interesses de classe. É fundamental e necessário olhar para as empresas como um todo, porque não é «matando» as empresas que se defendem os interesses dos trabalhadores. Ora, no que toca à TAP há um problema mais complicado e mais grave, porque, aqui, pergunto, e gostaria de ser esclarecido: quem é que defende os interesses dos contribuintes?

O Sr. Rosado Fernandes (CDS-PP): - Exactamente!

O Orador: - Nós, como contribuintes, temos mais de 200 milhões de contos na TAP, que é uma empresa extremamente importante, uma empresa de bandeira. Nisto estamos de acordo, mas até quando é que isto vai manter-se?! Até quando é que o discurso será unilateral?! Quando é que se começa a falar na viabilidade da empresa, nas medidas necessárias para que a empresa se mantenha e para que os trabalhadores que lá podem ficar nela permaneçam?! Isto porque, por vezes, há defesas dos trabalhadores que não significam a sua defesa mas o seu enterramento definitivo. É isto que a minha bancada não aceita e é contra isto que a minha bancada lutará, em defesa dos contribuintes e dos trabalhadores que querem manter o seu posto de trabalho.

Aplausos do CDS-PP.