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17 DE MAIO DE 2001 5

Portugal tem de ser todo tratado por igual. Temos de abandonar a postura saloia de apenas olharmos para o O Sr. Presidente: —Para pedir esclarecimentos, ins-umbigo. É tempo de levantarmos a cabeça e repararmos creveram-se os Srs. Deputados Manuel dos Santos, Fer-que há mais mundo à nossa volta. nando Jesus e Manuel Queiró.

Tem a palavra o Sr. Deputado Manuel dos Santos. Vozes do PSD: —Muito bem! O Sr. Manuel dos Santos (PS): — Sr. Presidente, Sr. O Orador: —É tempo de entendermos, em definitivo, Deputado Rui Rio, é evidente que V. Ex.ª nos quis hoje

aquilo de que já Copérnico desconfiava: que é a Terra gira trazer a mensagem do TGV numa perspectiva (embora em volta do Sol e não o Sol em volta da Terra. tenha tido o decoro suficiente para não a explicitar devida

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Há uma solução muito e totalmente) de outras lutas partidárias e políticas, em que simples para o Governo retirar, por completo, a razão de V. Ex.ª anda envolvido e com as quais nada tenho, pelo ser deste discurso que aqui estamos a proferir. Se este menos por agora. novo traçado tiver viabilidade financeira, então a solução passa pela apresentação de um novo cronograma em que a O Sr. António Capucho (PSD): — Agora?! construção da linha Porto-Aveiro-Madrid arranca primeiro do que a linha Lisboa-Madrid ou, pelo menos, ao mesmo O Orador: —Exactamente! Quero dizer que não es-tempo. tamos em campanha eleitoral, Sr. Deputado!

Se forem capazes de recuar e reequacionar o projecto O Sr. Deputado Rui Rio enquadrou a questão do TGV desta forma, olhando para o País como um todo, não com duas pequenas referências – aliás, habituais no seu cometendo o erro do costume e, acima de tudo, não tenta- discurso – que não posso deixar passar em claro. do tomar os outros por lorpas, nesse caso, poderão até Em primeiro lugar, referiu a utilização de recursos de contar com o nosso aplauso. maneira diferente entre as zonas do litoral e as do interior.

Não podemos aceitar a propaganda de que se está a dis- V. Ex.ª bate sempre nesse ponto, limitando-se a analisar o tribuir melhor os recursos públicos e depois, na prática, PIDDAC, mas isso não é verdade! E tanto não é verdade fazer-se precisamente o contrário. Isto tem de mudar! O que toda a gente sabe que já temos uma região fora do País tem de começar a desenvolver-se de forma harmonio- Objectivo 1 dos fundos estruturais, teremos uma segunda a sa e de forma democrática, ou seja, de uma forma que olhe muito curto prazo, e há uma terceira que também se apro-para todos os portugueses por igual. xima disso,…

Vozes do PSD: —Muito bem! O Sr. Sílvio Rui Cervan (CDS-PP): — Qual é? É Bra- gança, com certeza! O Orador: —Sr. Presidente, Srs. Deputados: Tal

como não vale a pena o Governo fazer uma publicidade O Orador: — … o que demonstra claramente que V. escandalosa paga com o dinheiro dos contribuintes a pro- Ex.ª não tem razão. V. Ex.ª lê os mapas do PIDDAC, mas pagandear que os impostos baixaram – porque eles não não lê o resto, pelo que tira sempre conclusões erradas! baixam pelo simples facto de se dizer que baixam –, tam- Outra picardia que nos deixou foi a propósito de uma bém não adianta propagandear que esta solução para o missão de pedagogia de informação que o Governo está a comboio de alta velocidade respeita prioridades de ordem lançar… nacional.

A propaganda não vale nada! O que vale são os actos Risos do PSD. em concreto.

… a dizer o que eu já tinha dito, no início deste ano, à Sr.ª O Sr. Manuel Moreira (PSD): — Muito bem! Deputada Manuela Ferreira Leite, ou seja, que os portu- gueses iriam sentir, a partir de Fevereiro ou Março, dedu-O Orador: —Por isso, o desafio que aqui deixamos ao ções significativas nos impostos que pagavam. Trata-se só

Governo é muito simples: apresentar um outro traçado, que disso, mas o Sr. Deputado Rui Rio passa a vida falar em trate Norte, Centro e Sul com igual respeito ou, então, publicidade enganosa, tendo até já ameaçado pôr na prisão apresentar, no âmbito desta nova solução, um cronograma um Ministro e o Governo por causa disso! sério em que não se pretenda «vender gato por lebre». Passemos à questão do TGV. Sr. Deputado, V. Ex.ª é

um homem de pouca fé! Pegando na sua intervenção, veri-O Sr. António Capucho (PSD): — Muito bem! fica-se que o senhor não tem nenhum dado concreto que lhe permita tirar as conclusões que tirou. Em primeiro O Orador: —Sr. Presidente, Srs. Deputados: Esta é lugar, estamos perante um projecto em discussão pública.

uma das matérias em que não temos dúvidas de que o País Ora, se o projecto está em discussão pública, significa que real não se revê nesta nova posição do Partido Socialista. pode ser alterado. O TGV é determinante do modelo de desenvolvimento que Em segundo lugar, não há, em nenhum documento ofi-Portugal vai seguir. É por isso que, em nome do interesse cial, nenhuma indicação que privilegie a parte sul desse nacional, não nos podemos calar em face do que está a projecto em relação à parte norte. acontecer. Em terceiro lugar – e estas são as perguntas que deixo

ao Sr. Deputado para dar algum sentido a esta sua inter-Aplausos do PSD. venção –, pergunto-lhe se ignora que a questão da política