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17 DE MAIO DE 2001 7

que vão pôr o País a discutir atrás de ilusões se vamos ter o do Colégio de Albergaria, de Albergaria-a-Velha, um TGV à porta de nossa casa, ou se vamos pôr as regiões a grupo de 75 alunos de escolas de Vila Cova, um grupo de discutir umas com as outras. 50 alunos da Escola Profissional da Fundação D. Mariana

Não queremos entrar no jogo do Governo. Mas se o Sr. Seixas, de Viseu, e um grupo de 50 alunos da Escola Bási-Deputado quiser colocar a questão do interesse da econo- ca do 2.º e 3.º ciclos de Aveiras de Cima. mia exportadora do norte do país ou do distrito que ambos Um carinho para todos eles. aqui representamos, na medida em que fomos eleitos pelo círculo eleitoral do Porto, coloco-lhe uma pergunta muito Aplausos gerais, de pé. concreta: será que o Sr. Deputado está ciente de que ao Porto não interessa fazer uma ligação de alta velocidade Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Depu-internacional, nem por Lisboa nem pelo Centro Litoral, tado Fernando Jesus. porque tem uma solução bastante simples ao pé de casa, que é a ligação ao noroeste peninsular, através de Vigo, O Sr. Fernando Jesus (PS): — Sr. Presidente, Sr. De-entrando na linha de grande velocidade espanhola, que, putado Rui Rio, julgava que o Sr. deputado vinha aqui, porventura por menos quilómetros, levará a Madrid e até à hoje – aliás, isso era legítimo –, questionar a proposta que Europa? a RAVE (Rede de Alta Velocidade) acabou de pôr à dis-

cussão no País e classificá-la como extremamente ambi-O Sr. Presidente: —Para responder, tem a palavra o ciosa, dado tratar-se de uma Rede que, ao contrário da

Sr. Deputado Rui Rio. anterior, tem mais linhas, mais quilómetros, pelo que custa mais dinheiro. Isto é óbvio, e alguns agentes económicos, O Sr. Rui Rio (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado alguns jornais e até alguns políticos já se referiram a este

Manuel Queiró, agradeço as suas questões. Começo por facto. Portanto, por a Rede ser maior – tem 1200 km –, é concordar com V. Ex.ª quanto ao aspecto das ilusões. É inquestionável que custará mais dinheiro, por isso pensei evidente que o que está por detrás do anúncio destes siste- que era este ponto que o Sr. Deputado iria criticar. máticos investimentos de milhões é muito mais vender a A proposta que o Governo apresentou está em discus-ilusão e pôr o País a discutir qualquer coisa que eventual- são, não só na respectiva comissão parlamentar, mas tam-mente nunca se realizará do que fazer uma discussão séria bém nas CCR e em todo o país. E penso que este debate do assunto. tem de ser feito seriamente. É que, desculpe que lhe diga,

Aquilo que aqui vim fazer não foi a defesa de todas Sr. Deputado, vir dizer, à partida, que a linha Por-estas linhas, porque eu próprio também tenho dúvidas to/Vigo/Madrid nunca será feita, que é para os enganar, sobre se isto é rentável. Aquilo que vim dizer não foi se- não é minimamente sério! É nesse campo, analisando quer na óptica do Porto, distrito através do qual fomos seriamente a proposta, que gostaria que o Sr. Deputado eleitos Deputados, nem na óptica do Norte ou da do Cen- respondesse. tro. O que mais uma vez pretendi dizer foi que a solução É evidente que esta solução é mais ambiciosa do que a apresentada visa, na prática, as ligações Porto/Lisboa e anterior (que tinha por traçado o tal «T» deitado): tem um Lisboa/Madrid – é o que vai acontecer se esta solução vier remate a Madrid por Aveiro, tem outro pelo Sul e tem a ser abraçada. outro até Vigo.

Portanto, o interesse em causa não é o do Norte nem o Portanto, Sr. Deputado, se quiser discutir nessa base, do Centro, é o interesse de Portugal inteiro, na medida em vamos fazê-lo. Aliás, como também já referiu o Sr. Minis-que o nosso país se deve desenvolver de uma forma equili- tro Ferro Rodrigues, o Governo não está ainda «amarrado» brada, harmoniosa, e até democrática, começando em a nenhuma proposta, porque ela foi apresentada pela Valença e acabando em Faro. Administração Pública e é nesse contexto que, neste

É, pois, inadmissível apresentarem uma solução em que momento, temos de a encarar. sabemos, à cabeça, que a linha que está desenhada para o Só posso entender a intervenção do Sr. Deputado por norte do país, útil ou não, não é para fazer, mas, sim, para ser candidato à Câmara Municipal do Porto – eu diria a nos calar a todos. Foi contra esta hipocrisia que aqui me vereador da câmara do Porto, porque, como sabe, o can-levantei. didato do Partido Socialista é um virtual vencedor (como

Mas não pretendo fazer um debate sobre se o TGV é dizem os media). Como candidato a vereador, o Sr. uma boa ou uma má solução para Portugal. O que eu disse Deputado tem feito um esforço que admiro e registo. E se foi que, a existir a opção TGV, opção que, aliás, o PSD quiser também dar voz a alguns agentes do Porto, como tem defendido, temos de fazer com que, quer o norte, quer sejam associações, que se têm referido a esta proposta, o sul do país fiquem sempre mais ou menos à mesma dis- pode também fazê-lo. Mas apelo para que façamos um tância do centro da Península, que é o mesmo que dizer, à esforço no sentido da seriedade, aceitando que a proposta mesma distância da Europa, porque a nossa ligação à Eu- apresentada pelo Governo para discussão pública é uma ropa passará sempre por Madrid. base de trabalho séria. Era nesse registo que gostaria que

respondesse, hoje, e sempre, porque este debate está a Aplausos do PSD. começar. O Sr. Presidente: —Antes de dar a palavra ao Sr. Aplausos do PS.

Deputado Fernando Jesus, informo que se encontram a assistir aos nossos trabalhos um grupo de 50 alunos da O Sr. Rui Rio (PSD):- Sr. Presidente, Sr. Deputado, Escola Secundária de Ponte de Sôr, um grupo de 41 alunos quem deve andar em lutas internas para candidato a verea-