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8 I SÉRIE — NÚMERO 82

dor deve ser o Sr. Deputado no seu partido, porque eu não mento, nas últimas décadas. De acordo com a Organização tenho esse problema! Dentro do seu partido as lutas para Mundial do Turismo, irá manter esta tendência nos próxi-vereador devem ser mais que muitas! mos decénios, assumindo-se mesmo como a principal

Deixe-me dizer que o «T» pode estar deitado, mas actividade económica no globo, superando, em termos de quem não está deitado nem a dormir sou eu nem os por- exportações, os produtos da indústria automóvel, os produ-tuenses. Ou seja, no cronograma que foi apresentado diz- tos químicos, os produtos alimentares e os combustíveis. se claramente que as linhas que são para fazer nos primei- Portugal, que hoje se coloca entre os principais desti-ros sete ou oito anos são as de Porto/Lisboa e Lis- nos turísticos mundiais, possui condições excepcionais boa/Madrid. Se puserem no cronograma a outra linha, a de para o desenvolvimento das actividades de turismo e lazer, cima, a começar ao mesmo tempo, ou até antes, eu calo-me concentrando, num tão reduzido território, mas com uma e deixo de dizer o que disse. Foi este o desafio que deixei! posição geográfica excelente, um conjunto ímpar de recur-

V. Ex.ª disse que, como esta solução custa mais dinhei- sos turísticos diversificados que lhe permitem construir ro, é preciso fazer o debate. É exactamente isso que deve uma oferta turística variada e de qualidade, capaz de satis-ser feito, porque, tal como disse o Sr. Deputado Manuel fazer os principais interesses e tendências da procura turís-Queiró, os senhores falam de milhões de contos com o à- tica externa e interna do futuro. vontade da inconsciência. Os senhores anunciam: um novo Mas, para que este turismo continue a sua afirmação, é aeroporto para Lisboa — não sei quantos milhões de con- essencial que o País o reconheça como uma actividade tos; uma nova ponte sobre o Tejo – não não sei quantos importante, onde estão envolvidas as estruturas estatais e milhões de contos; novas linhas de TGV – não sei quantos as privadas, mas também a população em geral, a qual, milhões de contos; não sei quantos estádios de futebol; aliás, deve ser a grande beneficiária dos efeitos positivos uma lei de programação militar, em que só o item dos gerados pelo turismo, a nível económico, social e cultural. submarinos passa, de repente, de 170 para 350 milhões de Faz hoje exactamente 90 anos que Bernardino Macha-contos! E, depois, os senhores ficam muito admirados do, então Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo porque os salários reais decrescem, a inflação sobe, o cres- Provisório da recém instaurada República, anunciava ao cimento económico decresce, a convergência afasta-se, a IV Congresso Internacional de Turismo, que se realizou na despesa pública é maior...! E se calhar também ficam mui- Sociedade de Geografia, em Lisboa, o nascimento, em 16 to admirados por o Presidente do PSD, hoje, ter pedido a de Maio de 1911, do Conselho de Turismo, coadjuvado demissão do Ministro Pina Moura, que já não tem qualquer pela repartição de turismo. espécie de credibilidade! Este foi o primeiro passo na institucionalização de uma

O Sr. Deputado Fernando Jesus acertou: é este o debate actividade emergente que, no espaço de algumas décadas, que temos de fazer! E é o Sr. Primeiro-Ministro que, de ganhou peso económico, social e cultural. uma vez por todas, tem de assumir a responsabilidade de Hoje, o turismo cumpre em Portugal finalidades eco-dizer ao País quanto vai ser a inflação, quanto vai ser o nómicas, sociais, patrimoniais e regionais, com uma di-crescimento económico, porque o Ministro das Finanças mensão inquestionável. O turismo representa cerca de 8% pode dizer o que quiser que já ninguém acredita nele. Por- do PIB nacional, emprega directa e indirectamente cerca tanto, Sr. Deputado, fez muito bem em dizer que temos de de 500 mil portugueses, contribui decisivamente para ate-fazer este debate, este debate dos milhões, porque a despe- nuar os desequilíbrios da nossa balança comercial, possui sa pública e o caos em que estão as finanças públicas me- em actividade mais de 60 mil empresas, apenas nos seus recem este debate e merecem que os senhores comecem a ramos directos, e gera efeitos multiplicadores fortíssimos pensar de outra forma. noutros sectores, como o da construção civil, o dos trans-

Ainda ontem visitei um bairro social do Porto, onde portes, o da agricultura e o das indústrias de têxteis e de alguém me explicou que a Câmara não tinha dinheiro para mobiliário. consertar os elevadores. Como é que é possível que, num Hoje, o turismo reconhece claramente os conceitos de país onde não há dinheiro para consertar os elevadores e as sustentabilidade que deve interiorizar, não se fechando em pessoas têm de ir a pé até ao 13.º andar (e não podem ir atitudes elitistas ou fundamentalistas. quando são idosas), os senhores falem aqui de milhões Aos benefícios económicos e sociais que o turismo para tudo e mais alguma coisa?! Não há aqui uma contra- pode trazer para as populações deve adicionar-se sempre a dição?! Há, pelo menos, uma contradição! Mas vou mais implementação de princípios de desenvolvimento susten-longe, e vou dizer o que me vai na alma. E aquilo que me tável, porque esta prática acrescenta valor à actividade dos vai na alma é o seguinte: em matéria de finanças públicas, próprios destinos turísticos, melhora as possibilidades de os senhores são uns irresponsáveis! comercialização e cria mais oportunidades para novos

produtos, serviços e empregos. Aplausos do PSD. Portugal recebeu, no ano 2000, cerca de 12 milhões de turistas estrangeiros, os quais deixaram no nosso País O Sr. Presidente: —Para tratamento de assunto de in- receitas cambiais da ordem dos 1150 milhões de contos.

teresse político relevante, tem a palavra a Sr.ª Deputada Em 1997, o total de entradas de turistas estrangeiros era de Jamila Madeira. 10,2 milhões, com as receitas turísticas a fixarem-se em

810 milhões de contos. Em quatro anos, as entradas de A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e turistas aumentaram 18%, no entanto as receitas cresceram

Srs. Deputados: O turismo tem-se revelado, a nível mun- 42%. É um sinal evidente de que o turismo evoluiu quali-dial, como a maior actividade ao nível das taxas de cresci- tativamente, corporizando uma política coerente de aposta