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6 I SÉRIE — NÚMERO 89

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem! União Europeia, uma outra, ainda, é a defesa a sério do interesse nacional e outra é a capacidade de Portugal afir-O Orador: —Em Nice, o Sr. Primeiro-Ministro – e aí mar e projectar poder na Europa. Ora, para isso, é muito

teve o nosso apoio – procurou limitar os estragos, mas foi importante ter credibilidade. para essa Cimeira numa posição defensiva, numa posição Portugal, ao longo dos governos do PSD, foi conver-meramente reactiva. Era isso, precisamente, que se tratava gindo com a União Europeia. De início, foi recebido com agora de evitar, e eu espero que para a próxima conferên- algum cepticismo, teve uma reacção de condescendência cia intergovernamental Portugal não vá numa posição benevolente – sou testemunha disso, participei nesse pro-reactiva e seja capaz de chegar a essa conferência com cesso... uma visão tão consensual quanto possível, mas com uma visão afirmativa. O Sr. Presidente: —Sr. Deputado, agradeço-lhe que

A propósito de afirmação, Sr. Primeiro-Ministro, não termine! gostei nada, não gostei mesmo nada, de ver as reacções espanholas à nossa reacção tímida, ao modo quase que O Orador: —Sr. Presidente, terminarei, se me der o envergonhado como nós apoiámos a posição do Primeiro- mesmo tempo que deu ao Sr. Primeiro-Ministro. Ministro espanhol no que diz respeito à coesão e aos fun- dos estruturais. Risos do PS.

Penso que temos de deixar de vez a visão do Portugal pequenino, do Portugal mesquinho, aquela manha, aquela O Sr. Presidente: —Sr. Deputado, a Mesa não se con-astúcia, o espírito do «chico esperto» que se esconde atrás sidera obrigada a igualar todos os casos que ultrapassam as do País mais forte, neste caso atrás de Espanha. Temos de previsões regimentais. Mas faça favor de terminar, Sr. afirmar, descomplexadamente, a nossa própria visão da Deputado. Europa e também, sem qualquer complexo, afirmar o nos- so interesse nacional. O Orador: —Só mais um segundo, Sr. Presidente.

Se a Alemanha e a Áustria o fazem, se a Espanha o faz, porque é que Portugal não pode também, sem complexos, O Sr. Presidente: —Com certeza, isso não está em afirmar a sua própria visão da Europa e a defesa do inte- causa. resse nacional?!

O Orador: —Como estava a dizer, fui testemunha – e Aplausos do PSD. orgulho-me disso – de ver Portugal ser acolhido com aque- la condescendência benevolente e de ter ido, progressiva-Ainda recentemente, passou desapercebido à maior mente, ganhando o respeito dos seus parceiros europeus,

parte da opinião pública um sintoma preocupante que porque estávamos a convergir, porque estávamos a crescer tivemos com a eleição para o Comité Militar da União mais depressa que a União Europeia. Europeia. Surgiram três candidatos: um candidato finlan- Sr. Primeiro-Ministro, para projectar uma visão na Eu-dês, um candidato italiano e um candidato português. O ropa, a primeira condição é termos também uma visão nosso candidato era, nem mais nem menos, que o ex-Chefe nacional, é termos a nossa casa em ordem. Posso garantir-do Estado Maior General das Forças Armadas, o General lhe que vai ter o nosso consenso quando se tratar de uma Espírito Santo. Ganhou o candidato finlandês, no entanto, visão portuguesa na Europa. Mas exigimos mais, muito a primeira declaração que o candidato finlandês fez foi a mais, de Portugal, em termos do projecto nacional que de que o melhor candidato, em termos de currículo, era o importa levar a cabo. português.

Ora, isto são sintomas, como é um sintoma o facto de o Aplausos do PSD. Sr. Primeiro-Ministro ainda não ter conseguido, apesar de todos os avisos que lhe fiz, uma coisa tão simples como a O Sr. Presidente: —Para responder, tem a palavra o nomeação de um único – um único! – director-geral em Sr. Primeiro-Ministro. exercício para a Comissão Europeia. A Irlanda tem três dierctores-gerais, a Dinamarca tem um director-geral e O Sr. Primeiro-Ministro: —O Sr. Deputado Durão dois directores-gerais adjuntos, a Alemanha tem sete, a Barroso, a propósito de tudo, tem de dizer mal e tem de dar França tem sete, e Portugal, que durante os governos do uma visão catastrofista das coisas. PSD sempre teve, além do seu Comissário, um director- Se alguma coisa o PSD não pode dizer é que, com este geral, hoje, com este Governo, não é sequer capaz de con- Governo, não houve um reforço claro da capacidade de seguir colocar alguém no topo da estrutura do funciona- intervenção portuguesa no processo europeu! lismo europeu.

Aplausos do PS. Vozes do PSD: —Muito bem! Protestos do PSD. O Orador: —Sr. Primeiro-Ministro, estes são sinto-

mas de que, de facto, uma coisa é o exercício diplomático, Isso é evidente! outra é o exercício de relações públicas do próprio Primei- Nós não nos escondemos atrás da Espanha! Temos a ro-Ministro, outra é a simpatia que possa ter ou não na nossa estratégia negocial, que produziu os seus efeitos na