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18 I SÉRIE — NÚMERO 96

a responsabilidade de ter penalizado Portugal e os portu- sequências desfavoráveis para a evolução da nossa econo-gueses? Quem vai averiguar e o que vai acontecer aos mia. responsáveis?

O Sr. Paulo Pereira Coelho (PSD): — Muito bem! Aplausos do PSD. O Orador: —Ó Sr. Ministro, também dá confiança O Sr. Presidente: —Também para pedir esclarecimen- aos agentes económicos ao andar sistematicamente a rever

tos, tem a palavra o Sr. Deputado Vieira de Castro. as previsões para a evolução da nossa economia? O Sr. Vieira de Castro (PSD): — Sr. Presidente, Sr. O Sr. Presidente: —Sr. Deputado, peço-lhe que ter-

Ministro das Finanças, creio que há aqui qualquer coisa mine, pois já esgotou o tempo de que dispunha. que não vai bem.

O Orador: —Termino já, Sr. Presidente. Vozes do PS: —Isso há! Sr. Ministro, quem colocou a Bolsa no estado em que está? Não foi a vossa reforma fiscal? O Orador: —Desde logo, o que me parece que não Sr. Ministro, sabe o que lhe digo? Hoje, de certeza, o

vai bem é ouvir o Sr. Ministro das Finanças clamar pela Sr. Ministro não ganhou o dia em termos de recuperação necessidade de restaurar a confiança dos agentes económi- da confiança dos agentes económicos! cos quando é certo que o Governo, a maioria das vezes por omissão e algumas vezes por acção, mais não tem feito do Aplausos do PSD. que, justamente, criar a desconfiança dos agentes econó- micos. O Sr. Presidente: —Para responder aos dois pedidos

E hoje as coisas não se passaram de forma diferente. de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Ministro das Finan-O Sr. Ministro pretendeu imputar à conjuntura interna- ças.

cional tudo o que se passa na evolução da economia do nosso país! O Sr. Ministro das Finanças: —Sr. Presidente, vou

responder às questões levantadas agora, aproveitando O Sr. Manuel dos Santos (PS): — Não é verdade! também para responder às perguntas feitas anteriormente pelos Srs. Deputados Lino de Carvalho e Machado Rodri-O Orador: —O Sr. Ministro não dedicou uma palavra gues.

à economia «entre paredes»! Começando pela última questão que o Sr. Deputado O Sr. Ministro, por exemplo, devia te vindo aqui, não Vieira de Castro levantou, não posso deixar de referir que

tanto falar sobre algum documento do governo americano, aquilo que o Sr. Deputado disse é factualmente falso. Eu mas, sim, falar de um documento, que tenho em meu disse, e tive oportunidade de o enfatizar na leitura da mi-poder, impresso em papel timbrado do Ministério da Saú- nha intervenção, que a economia portuguesa não pode de. fugir às consequências desta nova situação económica

Neste documento, na coluna respeitante ao défice do internacional mais desfavorável, às quais se sobrepõem orçamento do Ministério da Saúde em 31 de Dezembro de fragilidades próprias no domínio da competitividade e das 2001, sabe quanto está mencionado, Sr. Ministro? Zero! finanças públicas. Isto está escrito e foi dito na altura! Exactamente zero! Sr. Deputado, perdoe que lhe diga mas, nesse domínio,

penso que a sua crítica não tem qualquer sustentação e é O Sr. Durão Barroso (PSD): — Muito bem! É exac- absolutamente infundada e falsa.

tamente isso! A questão levantada pelo Sr. Deputado Machado Ro- drigues diz respeito à evolução da economia portuguesa e O Orador: —O Sr. Ministro imputa todos os males da incide sobre a utilização, a um nível inferior àquele que,

evolução da nossa situação económica à conjuntura inter- diríamos, está a acontecer, dos factores produtivos, porque nacional, pelo que lhe pergunto o seguinte: a quem compe- o crescimento está a ser menor. te criar «folga» para que sejam acomodados esses impac- Sr. Deputado Machado Rodrigues, creio que um dos tos? Não é ao Governo?! factores que explica o crescimento menor do que aquele

que nós previmos da economia portuguesa neste momento O Sr. Manuel dos Santos (PS): — Foi o que fez! deve-se a uma evolução mais lenta do crescimento das exportações, justamente determinada por uma procura O Orador: —Só que este Governo pensa ligeiramente externa inferior à que prevíamos e à que era prevista pelos

e pensa que há sempre «sol na eira e chuva no nabal»! Mas próprios governos dos países que são mais clientes das como o Sr. Ministro bem sabe, então na economia é muito nossas exportações e que são exactamente aqueles cujas menos assim! revisões de crescimento eu aqui referi.

O Sr. Ministro também não dá confiança aos agentes Mas, ainda assim, quero dizer-lhe que, segundo os económicos. Confesso que nunca o ouvi, na televisão, últimos dados de que dispomos, a utilização da capacida-aceitar alguma crítica ou alerta de instituições internacio- de produtiva na economia portuguesa continua acima de nais. O Sr. Ministro, sistematicamente, minimiza-as, jul- 80%, o que nos indica – é mais um factor que o confirma gando que, assim, esses alertas não se traduzirão em con- – que, registando-se um processo de abrandamento do