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22 DE JUNHO DE 2001 9

O que se pretende é abrir caminho ao difícil de aceitar. sistir à sua reclamada demissão. Saia ou não saia, este Faz-se uma vez mais marketing político. Ministro das Finanças já era…! Seria bom que o Sr. Primeiro-Ministro tivesse a hom-Vozes do PSD: — Muito bem! bridade de admitir a sua responsabilidade. O Orador: — Abdica-se de indicar um caminho ou de Aplausos do PSD.

o arrepiar por vontade própria. O que se deseja é criar, na opinião pública, a ideia de O Sr. Presidente: — Inscreveram-se, para pedir esclareci-

que o Governo vai atrás da inevitabilidade. Não se diz mentos, os Srs. Deputados Osvaldo Castro e Telmo Correia. como, nem porquê, se chegou a esta situação. E todavia o pro- Tem a palavra o Sr. Deputado Osvaldo Castro. blema reduz-se a isto: a política económica foi errada, gastou-se o que se não tinha, pensou-se receber o que não havia. O Sr. Osvaldo Castro (PS): — Sr. Presidente, Sr. De-

Pressionado pelo coro que se formava, no discurso de putado Carlos Encarnação, que saudades nós temos do posse, o Sr. Presidente da República referiu alguns indica- Deputado Silva Marques! Tinha graça, era eficaz e dizia dores que então o preocupavam: o défice externo, a taxa de coisas com «sumo»! endividamento das famílias, a divergência com a Europa. Admitiu ainda — e então — que se tratava de questões O Sr. Manuel Moreira (PSD): — Na altura não diziam isso! episódicas, momentâneas. Mas logo deixou cair a ideia quando defendeu a necessidade de se tomarem medidas. O Orador: — Tenho de confessar-lhe, Sr. Deputado

Aconteceu esta fala no mês de Março, há mais de três Carlos Encarnação, que lhe distribuíram uma tarefa de meses. facto pesada. Veja lá que o puseram a falar de economia!

Consultou ele próprio economistas, informou-se, co- A você, que é o «ministro-sombra da Defesa»! meçou, objectivamente, a desconfiar do que o Governo lhe Falou muito, na realidade mal, e não disse nada! dizia. E até hoje, nada.

Aconteceu o que já tinha acontecido com a Defesa Na- O Sr. António Capucho (PSD): — Essa é boa! cional, com a Saúde, com a Reforma do Estado: fizeram ouvidos de mercador! O Orador: — Não disse nada!

Daí para cá os discursos multiplicaram-se. O problema do País é o estado a que a economia che- O Sr. Carlos Encarnação (PSD): — Parece impossível!

gou e o estado a que se prevê que venha a chegar se tudo continuar assim. No fundo, é um problema que espelha o O Orador: — Eu julguei que V. Ex.ª fosse dizer: «nós estado em que este Governo se encontra. vamos votar contra o Orçamento rectificativo».

A maior parte dos observadores, de dentro e de fora da área socialista, notam um esgotamento claro e uma incapa- O Sr. Fernando Seara (PSD): — Isso queria você! cidade gritante. Alguns, como o Deputado Medeiros Fer- reira, salientam mesmo como a rotina é a pior forma de O Orador: — V. Ex.ª, em relação a isso, nada disse. É governar. Outros pedem mudanças, correcções, medidas. que talvez, Sr. Deputado Carlos Encarnação, hoje, na reu-

O Presidente da República tem à sua frente um Gover- nião do seu grupo parlamentar, por muitas e diversas difi-no que se demite, que procura todos os estratagemas para culdades, tenham chegado à conclusão de que os tempos fugir à responsabilidade; um Governo que erra, compro- são de rigor,… metendo o País, e que anuncia mudar de políticas de seis em seis meses, tendo uma política de Verão e outra política Vozes do PSD: — De rigor?! de Inverno.

Facilmente se percebe por que é que a confiança dos O Orador: — … de que há necessidade de reorientar… portugueses se dissolve rapidamente.

O Presidente da República também percebe por que é Risos do PSD. que os empresários tomam a iniciativa de solicitar a elabo- ração de programas de desenvolvimento e por que é que os O Sr. António Capucho (PSD): — Ó Sr. Deputado…! trabalhadores se preocupam. Não ignora que uns e outros já pouco ou nada contam com este Governo. O Orador: — Obviamente!

Percebe-se que o Sr. Presidente da República fale. Nunca os portugueses lhe perdoariam o silêncio. Risos do PSD e do CDS-PP.

Hoje, o País tem um Governo de baraço ao pescoço. Hoje, o País tem um Ministro das Finanças que acaba Srs. Deputados, só isso pode explicar que o Sr. Depu-

de confessar o seu falhanço completo. tado Carlos Encarnação não tenha vindo aqui desmentir que, na realidade, nada há de diferente em relação ao Or-Vozes do PSD: — Muito bem! çamento rectificativo. O que só lhes fica bem! A verdade é que os tempos são de rigor,… O Orador: — Hoje, o País tem um Primeiro-Ministro

que tenta sobreviver, acenando com um programa para ser Risos do PSD. aplicado pelo próximo governo, o nosso governo.

Faz bem o Sr. Ministro das Finanças em deixar de re- … há necessidade de reorientar a despesa pública,…