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0339 | I Série - Número 007 | 03 de Outubro de 2003

 

O Sr. José Sócrates (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Telmo Correia, entendamo-nos: defendemos uma política de imigração que seja não de portas abertas mas, muito pelo contrário, regulada…

Vozes do CDS-PP: - Ah!!

O Orador: - …e com objectivos de integração social dos imigrantes, mas V. Ex.ª não disfarce a grande irresponsabilidade do seu líder.

O Sr. António Costa (PS): - Exactamente!

O Orador: - Gritar, num comício, a frase "os portugueses em primeiro lugar, em matéria de emprego" só tem uma leitura.

A Sr.ª Maria Santos (PS): - Muito bem!

O Orador: - Não nos enganemos!
Nesta matéria, não bastam meias palavras, é preciso dizer tudo, e é preciso fazer uma crítica a quem abre as portas aos fantasmas que naturalmente estão presentes. Isto faz despoletar aquilo que há de pior no Homem: o ódio e a desconfiança que muitas pessoas sentem - algo muito primário na humanidade - relativamente ao outro, muito mais ao estrangeiro.

O Sr. José Magalhães (PS): - Muito bem!

O Orador: - Atenção, Sr. Deputado, eu disse o que disse porque já não é a primeira vez que o líder do seu partido faz afirmações deste tipo, que pisam o limite.
O Sr. Deputado lembra-se da frase muito infeliz do Dr. Paulo Portas numa feira, em plena campanha eleitoral, dizendo que eram "os ciganos do rendimento mínimo"?

Vozes do PS: - É verdade!

O Orador: - Pois, é justamente para evitar outros "ciganos de rendimento mínimo"…

O Sr. António Costa (PS): - A ideia é sempre a mesma!

O Orador: - …que é preciso criticar, neste momento, com veemência, antes que se vá passando este limite e que, depois, não tenha já recuo.
O Sr. Deputado falou também no investimento estrangeiro. Vou dar-lhe um número, Sr. Deputado, e não há outros. O investimento estrangeiro, no primeiro semestre deste ano, declinou 94% quando comparado com o investimento estrangeiro no primeiro semestre de 2002. São 94%!
Sr. Deputado, também fico muito espantado por não o ouvir dizer uma palavra quanto à "maquilhagem" do défice que a Sr.ª Ministra pretende fazer no final deste ano. Essa operação de "maquilhagem" consiste em ir buscar receitas extraordinárias com o único objectivo de reduzir o défice para 3%, não o tendo conseguido reduzir por outros meios, porque o défice estrutural, o défice subjacente, este ano vai ser de 5%.
O Sr. Deputado considera esta operação de génio financeiro, de grande intuição política?

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Se era assim tão fácil por que não o fizeram?

O Orador: - Concorda com esta operação? Pois digo-lhe o que me faz lembrar. Esta operação da Sr.ª Ministra das Finanças faz-me lembrar aquele spray muito utilizado nos jogos de futebol nos futebolistas: tira a dor mas agrava a lesão. Aquilo que a Sr.ª Ministra das Finanças está a fazer ao ir buscar receitas extraordinárias para compor um número só tem uma consequência: agravar a crise das nossas finanças públicas.

Aplausos do PS.

Não resolveram um único problema, e esta é a questão! O Governo apresenta os piores números em termos de investimento, de confiança e de crescimento!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, peço-lhe que conclua, pois já esgotou o tempo de que dispunha.

O Orador: - Termino já, Sr. Presidente.
A questão é muito simples: aquilo de que Portugal precisa é de voltar a crescer, do que Portugal precisa é que volte de novo a prioridade política do crescimento económico, e para isso é preciso investimento e confiança. É, portanto, preciso