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1471 | I Série - Número 025 | 28 de Novembro de 2003

 

… e aí endividou-se. Endividaram-se as famílias, endividaram-se as empresas, endividou-se o Estado e, por isso, ficámos com um desequilíbrio externo insustentável que levou a que tivéssemos perdido competitividade, de tal forma, que todos os Srs. Deputados sabem que não é possível crescer de forma sustentada quando, nos últimos quatro anos, perdemos competitividade superior a 15%.

O Sr. Eduardo Ferro Rodrigues (PS): - Isso é conversa!

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Isso é tanga!

A Oradora: - Isso é um facto português, não é um facto francês, nem é um facto alemão! Repito: é um facto português!

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

A Oradora: - E é por querermos alterar esta situação que não é possível existir outra política que recupere a nossa competitividade e reduza o nosso desequilíbrio externo, senão aquela política que temos estado a seguir. Não existe outra!

O Sr. Eduardo Ferro Rodrigues (PS): - Existe! Então e a França e a Alemanha?…

A Oradora: - O Sr. Deputado Lino de Carvalho parece-me aquele tipo de pais que só sabem educar os filhos à pancada…

Risos gerais.

… e que agora, desde o momento em que já não temos sanções, então "já podemos fazer", independentemente de ser mal feito, porque "como já não apanho, já posso fazer"… Não, Sr. Deputado!! Eu posso não vir a "apanhar" porque a sanção acabou, mas tenho de cumprir aquilo que é correcto para Portugal, não posso fazer algo que não é correcto para Portugal!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Eduardo Ferro Rodrigues (PS): - "Apanha" aqui e "foge" lá!…

Risos do PS.

A Oradora: - E o que é correcto para Portugal é corrigirmos os nossos desequilíbrios orçamental e externo para ganharmos competitividade e conseguirmos crescer a par dos restantes países europeus. Portanto, Sr. Deputado, não vou arredar-me uma linha, um milímetro daquilo que tenho dito…

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Vai, vai, está enganada!

A Oradora: - Tenho a absoluta convicção de que esta política é a política correcta e, Srs. Deputados, Deus nos livre de que por agora não termos medo da pancada sigamos uma política que, obviamente, será o desastre e a impossibilidade de Portugal, mais alguma vez, recuperar! É a nossa última oportunidade!
Portanto, Srs. Deputados, se a política económica for no sentido de seguir uma política de natureza orçamental expansionista os Srs. Deputados têm todos a certeza de que não existe outra solução senão o Banco Central Europeu aumentar as taxas de juro. E vejam lá, Srs. Deputados, o que seria isto para a economia portuguesa, não pensem na economia dos outros países, pensem na portuguesa: as famílias endividadas e a taxa de juro a subir; as empresas endividadas e a taxa de juro a subir; o Estado endividado e a taxa de juro a subir… Os senhores acham que isto provocava crescimento? Os senhores não acham que isto era um desastre para as famílias? Os senhores não acham isto?

O Sr. Eduardo Ferro Rodrigues (PS): - Diga isso à França e à Alemanha!

A Oradora: - É exactamente porque os senhores não acharam que vos dou o benefício da dúvida de aceitar que a política errada que seguiram foi inconsciente.