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1748 | I Série - Número 030 | 11 de Dezembro de 2003

 

da autoproclamada eficiência do Ministério da Saúde.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - E não é com malabarismos de números e com dados sem demonstração e sem especificação por hospital que se fala com verdade.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Ministro da Saúde, fale com os utentes! Vá às urgências! Percorra os centros de saúde! Veja os que se levantam de madrugada para ter uma consulta! Suba cinco ou seis andares sem elevador! Ou vá a Seia dizer que a promessa de um novo hospital é uma mentira, que só haverá uma remodelação, e verá o que lhe dizem e o que lhe chamam se se puser a "vender banha da cobra"!
Quanto ao futuro, o que é verdade é que, num quadro de grandes carências, o Orçamento do Estado para 2004 diminui em cerca de 30% a verba para investimentos na saúde. É uma evidência que é necessário racionalizar gastos e que este objectivo deve ser geral. Mas os portugueses não podem deixar de se interrogar quando vêem que não há falta de dinheiro para enviar soldados da GNR para a ocupação do Iraque, para os benefícios fiscais, de milhões, às actividades financeiras,…

O Sr. Bruno Dias (PCP): - Exactamente!

O Orador: - … para se aceitar como facto ligeiro e natural a entrega ao Grupo Mello de mais de 118 milhões de euros, no caso da gestão do Hospital Amadora-Sintra, apesar das conclusões em sentido contrário do Tribunal de Contas e da Inspecção-Geral de Finanças.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Mas os portugueses também não podem deixar de se interrogar acerca do dito modelo de empresarialização dos hospitais, com largas de dezenas de boys do PSD e do CDS-PP, constituindo 31 conselhos de administração hospitalar, para os quais nomeou 170 gestores,…

O Sr. Bruno Dias (PCP): - É uma vergonha!

O Orador: - … na sua maioria sem qualquer ligação ou experiência no sector da saúde. Para além disto, estes novos gestores ganham, em geral, o dobro do que recebem os administradores dos restantes hospitais,…

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - E a corrupção?!

O Orador: - … alguns de grande complexidade e dimensão. É um fartote!
O Governo não consegue esconder que, em Portugal, há 1,2 milhões de pessoas sem médico de família, que aumentou para 150 000 o número de doentes em lista de espera para cirurgias, que é cada vez mais difícil conseguir ou realizar uma consulta ou um exame em tempo útil, que os custos dos medicamentos subiram para milhares de portugueses e que as taxas moderadoras das consultas de urgências foram brutalmente aumentadas, sacrificando ainda mais quem menos tem, aqueles que vivem de menores recursos.

O Sr. Bruno Dias (PCP): - Exactamente!

O Orador: - Também não consegue esconder que esta interpelação demonstra que é necessário e urgente alterar o rumo da política da saúde e que, para isso, é necessário o empenhamento das populações e dos profissionais e decisivo o contributo do seu protesto, da sua reivindicação e da sua luta.
Pela nossa parte, apontamos medidas concretas e alguns grandes eixos de uma política de saúde progressista e democrática que contribuam para a resolução dos problemas existentes e polarizem os esforços de todos os que estão empenhados em derrotar a política de direita deste Governo.
Assim, avançamos com dez linhas de acção essenciais.
Primeira linha: a elaboração de um plano de emergência para a questão dos recursos humanos da saúde (conforme foi, aliás, deliberado por esta Assembleia da República),…