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4073 | I Série - Número 075 | 16 de Abril de 2004

 

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, meu caro amigo, permita-me também que o cumprimente e saúde no exercício destas novas funções, dizendo-lhe, no entanto, que se há alguém que pode começar a ficar desiludido somos nós, não é V. Ex.ª.

Vozes do PS: - Oh!

O Orador: - Efectivamente, nós esperamos sempre, até porque temos uma enorme confiança nas capacidades e na natureza humana, que as coisas evoluam e melhorem e que os discursos se renovem e consigam dizer-se coisas novas. No entanto, ouvido o discurso de V. Ex.ª, vem-me à memória, neste caso, uma frase batida, a de que V. Ex.ª apresentou algumas ideias boas e outras originais, sendo certo que as boas não seriam de todo originais e aquilo que V. Ex.ª quis dizer de original não era de todo bom.
O que lhe quero dizer com isto,…

O Sr. José Magalhães (PS): - Uma citação marcelista vem mesmo a propósito nesta data!

O Orador: - … independentemente do entusiasmo que a citação causa ao Deputado José Magalhães,…

O Sr. José Magalhães (PS): - É uma citação do Marcelo! O 25 de Abril está próximo!

O Orador: - … é que V. Ex.ª propõe agora - e essa é a novidade - a criação de uma comissão ou uma auditoria, ou seja o que for, às contas públicas.
Ora, quero dizer-lhe que, quando o PSD, em 2001, propôs essa auditoria, fê-lo com razão, porque, nessa altura, com o final do governo do PS, de que V. Ex.ª fazia parte, os senhores estavam a dizer ao País que o défice era de 1,1% e estavam a faltar à verdade. A verdade é que o défice era superior a 4% e os senhores estavam a enganar o País. E por isso é que era preciso uma auditoria.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Protestos do PS.

Hoje em dia, essa proposta não faz sentido, porque o actual Governo fez aquilo que tinha de fazer, fez o saneamento das contas públicas.

O Sr. José Magalhães (PS): - Oh, se fez!

O Orador: - E fez um saneamento das contas públicas indiscutível, necessário e urgente para Portugal.
Fala V. Ex.ª no Sr. Pedro Solves, Comissário europeu e novo Ministro das Finanças do governo de Zapatero, que tanto o entusiasma e aos seus companheiros de bancada.

O Sr. Afonso Candal (PS): - E aos espanhóis também!

O Orador: - Chamo só a atenção para esta enorme contradição, Sr. Deputado António José Seguro: o Comissário Solves pertenceu à Comissão Europeia, que precisamente levantou o processo por défice excessivo a Portugal. O Comissário Solves, na União Europeia, foi sempre, ele sim, um defensor obsessivo do défice zero. E, mais, o Comissário Solves, ao assumir responsabilidades no governo de Zapatero, que tanto entusiasma os meus caros amigos,…

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o seu tempo esgotou-se.

O Orador: - Vou terminar, Sr. Presidente, dizendo ao Sr. Deputado António José Seguro que o Comissário Solves, ao assumir responsabilidades, a primeira coisa que disse foi "vamos continuar com uma política de défice zero, porque esse é o caminho correcto". Ou seja, os senhores não ouvem sequer o Sr. Comissário Solves. Ouçam-no e vão perceber que os senhores, que escolheram como cabeça de lista o "pai do défice", podem agora não falar da nossa vergonha mas falar, sim, da vossa vergonha, porque nós temos orgulho no trabalho que fizemos.