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4096 | I Série - Número 075 | 16 de Abril de 2004

 

necessários, respectivamente, 13 e 20 anos.
Estes indicadores traduzem uma insuficiente política de inovação em Portugal. Mas não podemos deixar de relevar que temos vindo a aumentar o número de doutorados, na ordem de 10%/ano, além do incremento substancial de publicações científicas em revistas referenciadas e do número de citações, as quais duplicaram nos últimos cinco anos.
O nosso sistema tecnológico e científico sofreu, na última década, um crescimento, mesmo assim, notável - imperativo que não podemos deixar de citar. Em 1999, o peso da investigação e desenvolvimento, em termos de percentagem do PIB, alcançou os 0,8% versus 0,43% em 1988. E, neste mesmo período de tempo, a proporção de investigadores mais do que duplicou.
Numa perspectiva de taxinomia funcional dos aspectos relacionados com o financiamento e concretização prática, em termos de investigação e desenvolvimento, é lícito agrupar os países em quatro categorias: países cujos sistemas são dominados pela indústria, como é o caso dos povos mais desenvolvidos do mundo (Japão, Estados Unidos, Finlândia, Alemanha, Suécia); países cujos sistemas resultam de um equilíbrio entre a indústria e o Governo mas com as universidades como protagonistas (caso de Áustria, Dinamarca, Holanda, Noruega e Espanha); países cujos sistemas resultam de um equilíbrio entre a indústria e o governo mas com as instituições públicas como protagonistas (caso de França, Hungria, Islândia, Itália e Polónia); por fim, países cujos sistemas são dominados pelo governo e nos quais as universidades são os principais locais de pesquisa (caso de Grécia, México, Portugal, Turquia e Nova Zelândia).
Esta estratificação permite-nos, rapidamente, associar os tipos de sistemas com o grau de desenvolvimento dos países.
Portugal necessita de investir, até 2010, 3% do PIB no coração do conhecimento mas dois terços terão de vir do sector privado. Para que tal aconteça, importa modificar o sistema em que estamos inseridos, de modo a que avultadas fontes de financiamento possam ser geradas através do denominado mecenato científico.
A promoção e o estímulo dos sectores privado e público são cruciais para todos.
As entidades beneficiárias não devem encarar estas iniciativas apenas como meio de obterem meros benefícios fiscais mas como uma necessidade de desenvolver novas áreas de produção e inovação, cujas mais-valias permitirão um enriquecimento, a todos os níveis, da economia.
A interacção entre os centros de investigação e os diferentes sectores da actividade económica constitui uma parceria, que pode revestir inúmeros figurinos, entre os criadores do conhecimento e os produtores de bens.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Sobrinho Simões afirmou que a ciência portuguesa é um recém-nascido de baixo peso, ainda frágil, com uma síndrome de dificuldade respiratória, a ver se se aguenta no mundo conturbado em que vivemos. É certo que é frágil, mas, hoje, dispomos de meios e tecnologias susceptíveis de fazer com que sobreviva.
As avultadas verbas, anunciadas pelo Governo, para o sector da ciência, assim como a medida que estamos a debater, aliadas à necessidade e consciencialização dos diferentes sectores de actividade económica, são um garante para que, daqui a alguns anos - esperemos que em 2010 -, possamos dar início a uma nova odisseia.
Para termos uma ideia do estado actual da ciência em Portugal é indispensável fazer algumas incursões nas mentes dos nossos mais notáveis cientistas.
Recentemente, em diferentes entrevistas, foram feitas algumas perguntas comuns, triviais, tais como: "Vale a pena ser cientista?" e "Os portugueses têm razões para estarem orgulhosos dos seus cientistas?". Invariavelmente, as respostas foram positivas, assim como a perspectiva do futuro.
De entre as várias entrevistas, destaco, a título de mero exemplo, alguns aspectos focados por duas mulheres cientistas, uma das quais, a matemática Irene Fonseca, afirma que os alunos portugueses de pós-graduação que aparecem na sua universidade norte-americana estão entre os melhores. Quando há alunos portugueses que querem fazer admissão à sua universidade, essa admissão é praticamente trivial; desde que digam que são portugueses, toda a gente os quer, porque são óptimos, têm óptima preparação, imenso saber e valor.
Por outro lado, a médica bióloga Maria do Carmo Fonseca afirma que muito poucos portugueses sabem que existe ciência, muito poucos percebem a vantagem de se fazer ciência; é preciso fazer passar a mensagem de quão importante é um país investir em ciência e ter cientistas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Estas duas brevíssimas observações permitem realçar que estamos a tratar de um dos sectores mais importantes, o qual vai marcar definitivamente o nosso futuro.