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5809 | I Série - Número 106 | 28 de Julho de 2004

 

previsibilidade eleitoralista, oportunista, sobre a gestão das mesmas políticas fiscais.
Nada sobre a redução da despesa corrente e nada, também, sobre o grave problema dos défices crónicos e crescentes do sector empresarial do Estado.
Ou seja, uma mensagem, neste caso, muito pouco tranquilizadora sobre o cerne de uma política que define a credibilidade dos governos perante os agentes económicos e, até, perante as próprias instâncias da União Europeia e da comunidade financeira internacional.
Depois, ilusão quanto aos métodos governativos. Porque a forma como o Governo foi, e está, constituído, as ideias que foram lançadas nesse método de ensaio/tentativa/erro/correcção sobre a deslocalização de ministérios, depois corrigida com a criação de gabinetes deslocalizados de atendimento dos secretários de Estado e, até, de um gabinete deslocalizado de atendimento do Primeiro-Ministro, para já não falar da ideia do Governo por teleconferência (como se essa fosse a grande prova de modernidade num País com a dimensão do nosso!!) sobre os métodos da acção governativa (e que, aliás, foi já deixada cair, porque de certa forma morreu com a sua própria apresentação e com as ondas de choque que ela mesmo provocou!!…), pois bem, toda essa ilusão quanto aos métodos governativos, poderá, enfim, ter muito que ver com a confiança que o Primeiro-Ministro tem nos astros (e ele é um adepto desse tipo de relacionamento e até faço votos para que essas "consultas" o beneficiem!!…) mas, na verdade, acentuam muito o carácter ilusório, de ilusão, com que todas estas orientações estão a ser criadas.
A ida do anterior primeiro-ministro para Bruxelas, na verdade, precipitou uma crise muito rápida, mas falta agora - e isso o País sente - uma prova de densidade, de substância, de responsabilidade e de coerência na linha governativa.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - E nós esperávamos que isso viesse a ser a mais-valia deste debate, porque o Governo também tinha tirado a conclusão do que havia sido a cerimónia da sua investidura perante o Presidente da República e, consequentemente, desejaria chegar aqui para responder positivamente à incógnita que o Governo e o seu estilo de acção governativa está a gerar no País.
Podíamos discordar do antigo Primeiro-Ministro e da anterior Ministra das Finanças, mas a verdade é que tinham uma linha sobre a acção governativa. Discordávamos e exercemos a nossa oposição, mas reconhecemos o mérito de uma linha de coerência.
Agora, essa linha de coerência é abandonada e trocada pela espera de um ou vários milagres do acaso. E os milagres do acaso, por mais que se queira aduzir a eles a expectativa da ilusão, não são bons conselheiros quanto à acção governativa.
Naturalmente, Sr.as e Srs. Deputados, como oposição, vamos estar atentos, exigentes, construtivos, a preparar a alternativa que é bem necessária ao País, porque o pior que nos poderia acontecer seria somar dois anos de desilusão com mais algum tempo da frustração que resultará necessariamente de um multiplicar de ilusões - como aquele que nos está a ser apresentado,…

O Sr. José Magalhães (PS): - Claro!

O Orador: - … aliás, sem grande convicção, sem grande apoio, sem grande aplauso, sem grande energia.

O Sr. José Magalhães (PS): - Sem "chama"!

O Orador: - Necessariamente, mais do que convicção da oposição e do País, é hoje já convicção da maioria que apoia este seu segundo Governo que ele não só não vai chegar aos resultados do anterior como se arrisca a ser - e isso é mau para o País - um Governo bem pior do que o anterior.

Aplausos do PS, de pé.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Ministro de Estado e da Presidência.

O Sr. Ministro de Estado e da Presidência (Nuno Morais Sarmento): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, e muito em particular Sr. Deputado Jaime Gama, no momento da sua inscrição aguardámos com expectativa uma intervenção com a qualidade que recordamos em matéria de política externa, ou até de defesa.