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5850 | I Série - Número 107 | 29 de Julho de 2004

 

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: No passado dia 23, Portugal despediu-se de Carlos Paredes.
Carlos Paredes tocou Portugal. Tocou Portugal, porque tocou e compôs para aquele que é o mais português de todos os instrumentos musicais. Tocou Portugal, porque na sua música sentíamos o passado, o presente e - por que não também? - o futuro do nosso país. Tocou Portugal, porque, nas sucessivas gerações de portugueses que tiveram a sorte de ouvir a sua música, tocava fundo nos seus sentimentos e nas suas emoções.
Carlos Paredes fica porque o dedilhar da sua guitarra será sempre um movimento perpétuo.
Curvamo-nos perante a sua memória e enviamos os mais sentidos e profundos pêsames à família enlutada.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Castro.

A Sr.ª Isabel Castro (Os Verdes): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Morreu Carlos Paredes e o mínimo que se poderá dizer é que morreu um génio, alguém que conseguiu, de uma forma singular e porventura irrepetível, conciliar uma cultura erudita com uma cultura popular, alguém que fez a ponte entre o passado e o futuro, alguém que, com uma enorme criatividade e liberdade, foi capaz de, com a guitarra, com uma relação íntima que teve com ela, dizer aquilo que não é fácil de caracterizar, aquilo que mergulha nas nossas raízes e caracteriza a nossa identidade, aquilo que, no fundo, faz a diferença que somos como povo e como cultura.
Mas este homem genial é também alguém que marca, de forma exemplar, naquilo que é a sua vida, uma vida de extrema simplicidade, de generosidade, de entrega, de uma ingenuidade e de uma candura verdadeiramente comoventes, e que se bateu, na vida como na cultura, pela liberdade e dela fez o seu modo de estar no mundo.
É este homem que morre, é este homem que fica, é essa imensa perda que, em nome de Os Verdes, queremos aqui lembrar, é essa homenagem que hoje queremos prestar.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em nome do Governo associo-me, também, ao voto de pesar pela morte de Carlos Paredes.
Como alguém disse, com Carlos Paredes os genes da música portuguesa tomaram estilo e, Srs. Deputados, acrescento aqui a seguinte nota pessoal: enquanto geração a sonoridade da música de Carlos Paredes representou para mim a sonoridade do 25 de Abril, a sonoridade de uma geração que com 14, 15 anos, assistia ao começo da liberdade, ao começo da democracia. Esse é o sentimento que tenho de Carlos Paredes.
Os primeiros processos eleitorais, a primeira música que identificava as campanhas e o anúncio dos resultados, essa é a imagem e a memória que tenho, enquanto jovem, de Carlos Paredes.
A homenagem que aqui fazemos é a de querer continuar a ouvi-lo para acreditar que também é possível a liberdade ter a sua sonoridade. Se alguém perguntasse qual a música que simbolizaria o 25 de Abril eu diria que, indubitavelmente, é a música de Carlos Paredes.
O Governo associa-se a este voto de pesar e apresenta as sentidas condolências à família enlutada e ao Partido Comunista do qual Carlos Paredes era militante.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, não há mais oradores inscritos para intervir sobre este voto e, embora verifique que há tempos esgotados, vou dar mais uma tolerância de dois minutos a todos para que possamos continuar a apreciar os restantes votos de pesar.
Srs. Deputados, segue-se a apreciação do voto n.º 194/IX - De pesar pelo falecimento do Dr. Eduardo Coelho, Presidente da Câmara Municipal de Vale de Cambra (PSD e CDS-PP).
Tem a palavra o Sr. Secretário para proceder à respectiva leitura.

O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): - O voto é o seguinte:
Vítima de enfarte faleceu na passada sexta-feira o Presidente da Câmara Municipal de Vale de Cambra. De seu nome Eduardo Manuel Martins Coelho, sem que nada o fizesse esperar, deixou um vazio no nosso convívio.
Médico há vários anos do quadro do Centro de Saúde de Vale de Cambra exerceu a Medicina com grande espírito de missão para com o seu próximo, particularmente atento aos mais desfavorecidos.
Ao mesmo tempo prestou a sua colaboração graciosa, enquanto profissional de saúde, a algumas associações desportivas, nomeadamente na Associação Desportiva Valecambrense, Hóquei Académico de