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0430 | I Série - Número 009 | 07 de Outubro de 2004

 

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro.

O Sr. António José Seguro (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Bernardino Soares, agradeço também as palavras elegantes que nos dirigiu e, em particular, a questão concreta que colocou.
Nós tivemos oportunidade de dizer, quer no Congresso quer eu próprio, ali, naquela tribuna, que não queremos chegar ao poder por simples alternância. Nós não escolhemos o caminho mais fácil, nós queremos chegar ao poder por alternativa. Ou seja, não estamos quietinhos à espera dos erros do Governo para os portugueses escolherem o mal menor. Não! Nós temos outra ambição, temos outro objectivo! E a nossa ambição é, em primeiro lugar, a de definir a nossa estratégia, a qual está alicerçada na ideia que temos para Portugal. Nós não nos resignamos a ter de "gerir um estado de coisas".
Em segundo lugar, essa alternativa, que tive oportunidade de citar da intervenção que o nosso secretário-geral fez no Congresso, é uma alternativa que carece de ser aprofundada para dar lugar a um programa de governo. E ao contrário da direita, que elaborou uma listagem de promessas eleitorais fáceis para conquistar o poder e tentar ficar a ele agarrada, nós queremos vencer as eleições, para termos condições políticas para executar o nosso programa de governo. E queremos pedir aos portugueses que nos dêem uma oportunidade.
O Partido Socialista já esteve, várias vezes, no governo, mas nunca teve a oportunidade de governar sozinho, com uma maioria absoluta.

Vozes do PSD: - E porquê?!

O Orador: - Nós queremos ter essa oportunidade para que, durante quatro anos, possamos executar o nosso programa, sem cedências em questões essenciais, e sermos, depois, avaliados pelos portugueses. Mas a ideia que temos e a interpretação que fazemos de uma maioria absoluta não é a de uma maioria ilimitada. Pelo contrário, é a de uma maioria mais exigente para quem a detém,…

O Sr. José Junqueiro (PS): - Muito bem!

O Orador: - … desde logo em respeito pelas próprias oposições democráticas.
Sr. Deputado Bernardino Soares, na semana passada, tivemos de apresentar um voto para que a Assembleia, no seu Plenário, pudesse "recomendar" ao Governo que nos fossem fornecidas informações sobre o estado da saúde em Portugal e, concretamente, sobre as contas dos 31 hospitais SA. A que País é que nós chegámos?... A que Estado é que nós chegámos onde já um direito elementar da oposição não é satisfeito e, fruto disso, a maioria não tem qualquer problema de consciência em rejeitar um voto como esse?!...
O Sr. Deputado Bernardino Soares é também um exemplo de quem sofreu com este autismo, com esta arrogância e com a visão do poder ilimitado que caracteriza esta maioria, quando aqui propôs uma comissão de inquérito à abertura do ano escolar para que o Parlamento executasse uma das suas responsabilidades e uma das suas funções fundamentais, que é a de controlar a acção do Governo.
Ora, o Partido Socialista já mostrou, no poder, que tem outra atitude e outro comportamento. Nós damo-nos bem com a crítica,…

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - É extraordinário!

O Orador: - … a crítica ajuda-nos a corrigir os nossos erros…

O Sr. José Sócrates (PS): - Muito bem!

O Orador: - … e o Partido Socialista aprende com os seus próprios erros.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - É por isso que nos dirigimos aos portugueses, a todos os portugueses,…

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Ainda tem de esperar dois anos!

O Orador: - … pedindo-lhes que se juntem a nós nesta ambição e neste esforço de modernizar Portugal.