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1017 | I Série - Número 018 | 19 de Novembro de 2004

 

dos anos 60 e 70.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Do terrorista!

O Orador: - Esses foram os anos em que, com a cumplicidade de Arafat, a organização "Setembro Negro" assassinou 11 atletas israelitas que participavam nos Jogos Olímpicos de Munique e até, antes disso, no Cairo, o Primeiro-Ministro jordano Wasfi Tell.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Exactamente!

O Orador: - Estando o voto de pesar do Partido Socialista redigido nesses termos, votá-lo a favor simplesmente por disciplina de voto seria, ao mesmo tempo, desrespeitar a memória dos outros que também morreram às mãos do terrorismo mais abjecto.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - Outro tanto não se diga do voto de solidariedade para com o povo palestiniano apresentado pelo Partido Social Democrata, que, de forma institucionalmente correcta e na conjuntura do momento presente, releva essa morte e saúda o povo palestiniano.
Por essa razão, iremos votar favoravelmente o voto de solidariedade para com o povo palestiniano apresentado pelo Partido Social Democrata. Relativamente ao voto de pesar apresentado pelo Partido Socialista, pelas razões que enunciei, os Deputados da minha bancada não obedecerão a qualquer disciplina de voto, votando de acordo com a vontade individual de cada um.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em nome da bancada do PCP, quero manifestar o nosso pesar pelo falecimento de Yasser Arafat, dirigente histórico do povo palestiniano, fundador e dirigente de sempre da OLP - Organização de Libertação da Palestina, criada no final dos anos 60 com o objectivo de libertar o povo palestiniano da ocupação ilegal a que está submetido por parte do Estado de Israel.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): - Muito bem!

O Orador: - Já foi dito que Yasser Arafat, como dirigente político, não era uma figura isenta de controvérsia dentro da própria Palestina. A Palestina é uma sociedade complexa, os seus dirigentes são eleitos, mas há uma controvérsia política envolvendo vários partidos e várias correntes políticas. Mas todas as correntes políticas e todos os partidos da Palestina, integrando-se na OLP, reconheceram sempre em Arafat o dirigente maior da causa de libertação do povo palestiniano.
Assim como as razões do povo da Palestina foram amplamente reconhecidas em numerosas resoluções das Nações Unidas, também a dimensão de estadista de Yasser Arafat foi reconhecida por todo o mundo. Atestam-no a sua participação na Assembleia Geral das Nações Unidas e as honras de Chefe de Estado que lhe foram tributadas em numeroso países que visitou como Presidente da OLP.
No momento em que lamentamos a morte de Yasser Arafat temos de condenar a reclusão forçada a que as autoridades israelitas o obrigaram, confinando-o a permanecer, desde há vários anos, e nas mais difíceis condições, em condições indignas, na sede da Autoridade Nacional Palestiniana, constantemente cercado por tanques israelitas e sujeito a permanentes ameaças de expulsão e, até, de assassínio, dificultando, tantas vezes, a prestação de assistência médica de que, como se sabe, carecia.

Vozes do PCP, do BE e de Os Verdes: - Muito bem!

O Orador: - Lembrou Saeb Erekat que "Arafat morreu e a ocupação israelita continua." Por isso, também é tempo de lembrar a tragédia do povo da Palestina e a brutal ocupação ilegal a que continua submetido; os crimes cometidos contra a sua população indefesa; o muro do apartheid que está a ser construído; os assassinatos, ditos selectivos; a destruição de casas; as humilhações e os bloqueios. Não há