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1018 | I Série - Número 018 | 19 de Novembro de 2004

 

combate ao terrorismo que possa justificar o assassinato de crianças por um exército "armado até aos dentes", a que assistimos quase todos os dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): - Muito bem!

O Orador: - E é preciso lembrar que há uma ocupação ilegal da Palestina, há colonatos ilegais, há crimes contra a Humanidade, há carrascos e há vítimas. E é preciso lembrar que Arafat estava precisamente do lado das vítimas.

Vozes do PCP: - Muito bem!

Protestos do PSD e do CDS-PP.

O Orador: - E é despropositado, em nome de qualquer demarcação política que se pretenda fazer da figura de Yasser Arafat, que se minimize a tragédia de todo um povo, a cuja causa de libertação Arafat dedicou a sua vida.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Ao contrário do que insidiosamente afirmam as autoridades israelitas e norte-americanas, Arafat não era um obstáculo à paz. De certa forma, essa ideia está implícita no texto do voto do PSD.
Arafat foi laureado com o prémio Nobel da Paz.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Exactamente!

O Orador: - Celebrou os acordos de Oslo com o malogrado Isaac Rabin, assassinado por um fanático da extrema-direita israelita.
Por sua vez, Sharon foi judicialmente condenado em Israel pelo seu envolvimento nos massacres de Sabra e Chatila e tem inviabilizado qualquer esforço de paz para o Médio Oriente.
Há uma diferença fundamental.

Vozes do PCP e de Os Verdes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados, ao manifestar o nosso pesar pela morte de Yasser Arafat, queremos manifestar a nossa solidariedade ao povo palestiniano e à OLP, através da sua representação de Lisboa, queremos exigir o respeito pela legalidade internacional, com o fim da ocupação, o desmantelamento dos colonatos e o fim do muro do apartheid e queremos fazer votos para que, com a ajuda e o empenhamento da comunidade internacional, seja retomado o processo de paz para que o povo da Palestina e o povo de Israel possam viver em condições de boa vizinhança e de segurança, com o reconhecimento do Estado da Palestina.

Aplausos do PCP, do BE e de Os Verdes.

O Sr. Presidente: - Verifiquei que vários oradores se reportaram também ao voto n.º 223/IX, pelo que, após a próxima intervenção, consideraremos os votos 220/IX e 223/IX discutidos.
Tem a palavra o Sr. Deputado João Moura.

O Sr. João Moura (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A paz e a guerra no conflito israelo-palestiniano são da responsabilidade colectiva quer de israelitas quer de palestinianos.
O roteiro de horrores que esse conflito tem trilhado, desde o massacre de inocentes até ao terrorismo indiscriminado, perpetrado pelas facções mais fundamentalistas, sempre hipotecou esforços sérios para promover uma resolução digna para ambas as partes, respeitadora das regras do direito internacional e, sobretudo, concretizadora das legítimas ambições dos dois povos à sua segurança e à convivência pacífica entre os dois Estados soberanos.
Yasser Arafat foi um incontornável protagonista deste conflito em todas as suas fases.
A sua morte, se, por um lado, deixa um profundo sentimento de perda ao povo palestiniano, que sempre o viu como um símbolo das suas aspirações à criação de um Estado palestiniano independente e soberano, que respeitamos, constitui também um virar de página na história deste conflito.