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1023 | I Série - Número 018 | 19 de Novembro de 2004

 

dedicando-se ainda ao cinema, à televisão, à escrita e à divulgação da poesia.
O voto de pesar apresentado é elucidativo sobre a vida e a obra deste homem, por isso o que gostaria aqui de vincar é a perda que a morte de Jacinto Ramos representa para a cultura em Portugal.
Assim, a bancada do CDS-PP subscreve o voto de pesar pelo falecimento de Jacinto Ramos, lamentando essa perda.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Manuela Melo.

A Sr.ª Manuela Melo (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Houve tempo para tudo na longa vida de Jacinto Ramos. Tempo para descobrir a força expressiva do teatro e a sua capacidade de encantamento e de revelação transformadora. Tempo para mostrar o grande actor que foi e tempo para ensinar e criar condições para que muitos outros o fossem. Tempo para a insubmissão e para a exigência. Tempo, enfim, para o afastamento e alguma mágoa.
Jacinto Ramos nunca sacrificou a qualidade dos textos, o rigor da encenação e interpretação, o profissionalismo da produção à possibilidade de aumentar o seu público. Pelo contrário, acreditou sempre que todo o público merece aceder, qualquer que seja o palco e o lugar de representação, ao que de melhor o teatro acumulou durante séculos sobre o entendimento do Homem, de Gil Vicente a Miller, de Shakespeare a Pinter.
O êxito alargado que conseguiu mostra que teve razão.
Foi um homem que viveu intensamente o seu próprio tempo e aproveitou todas as suas potencialidades, da Sociedade Guilherme Cossoul ao Clube Estefânia, ao Teatro Nacional, à Companhia Vasco Morgado, ao teatro universitário - por onde passou -, aos numerosos grupos que criou, à divulgação de tantos poetas da língua portuguesa.
Jacinto Ramos foi sempre exigente, antes de mais, com ele próprio.
No passado dia 4 correu definitivamente o pano sobre Jacinto Ramos, mas não sobre a nossa memória dele, o nosso reconhecimento e admiração, tão eternos como o teatro.
À família e aos amigos, ao público do teatro, o que conheceu Jacinto Ramos e o que não terá esse prazer, apresentamos votos de nosso grande pesar.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Madeira Lopes.

O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Partido Ecologista "Os Verdes" também se associa a este voto de pesar pelo falecimento do actor Jacinto Ramos - do actor, do encenador, do coreógrafo, do escritor, do dinamizador cultural, do arauto da poesia e da língua portuguesa.
Cidadão activo e inconformado, esteve intimamente ligado ao Sindicato das Artes do Espectáculo, foi fundador da Associação de Apoio aos Artistas e também membro activo da Associação de Cidadãos Automobilizados.
Não falarei dos prémios, nem das honras que recebeu, o texto do voto é claro, mas gostaria de falar do empenho que ele deu ao teatro amador e ao teatro universitário, numa altura em que o teatro universitário, o Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC) ou o Cénico de Direito, eram grupos perseguidos pelo antigo regime, e ele não hesitou em encená-los, porque, certamente, compreendendo, como Garrett, que o teatro é um grande meio de civilização mas que não prospera onde não a há, entendeu que o teatro deve ser levado a toda a gente.
Apesar de se ter afastado há alguns anos do palco, jamais abandonará a memória dos portugueses pelos papéis que interpretou, pois, acima de tudo, era um actor.
Para ele, como para os grandes actores, o pano nunca cairá.

Vozes de Os Verdes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Alves.

O Sr. Pedro Alves (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Jacinto Ramos, actor de teatro, televisão e cinema, faleceu aos 87 anos de idade. A sua qualidade enquanto actor e cineasta marcou as artes cénicas deste País.