I SÉRIE — NÚMERO 18
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A quarta lição deste segundo dia de debate é a de que também ninguém pôs em causa as escolhas do Governo em matéria de redução do peso da despesa pública em percentagem do PIB.
O Sr. José Junqueiro (PS): — Bem lembrado!
O Orador: — Para o ano, haverá uma nova redução dessa despesa que, com a redução ocorrida em 2006, representará o facto absolutamente inédito de, por dois anos seguidos, haver redução da despesa pública como deve ser medida, isto é, em percentagem da riqueza nacional.
Aplausos do PS.
As opções do Governo quanto ao método a seguir para essa redução são claras e ninguém, aqui, as contestou: cortar nas despesas de funcionamento, cortar no que é excessivo na burocracia estatal, poupar as despesas sociais e poupar as despesas com as funções de soberania do Estado. É esta a opção! Queremos reduzir a despesa pública «desengordurando» o Estado, cortando onde é necessário cortar, que é o funcionamento do Estado. Não queremos reduzir, ao contrário do que era a proposta do PSD, a despesa social…
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Não é verdade!
O Orador: — … e não queremos reduzir as despesas com as funções de soberania.
Aplausos do PS.
A quinta lição é a de que, ao longo destes dois dias, só um arremedo de proposta de alternativa foi apresentada, ontem, aqui, pelo Sr. Deputado Marques Mendes. No entanto, como o Sr. Ministro das Finanças mostrou hoje de manhã sem contestação de qualquer bancada, o essencial dessa proposta, desse arremedo de alternativa aqui apresentado ontem pelo PSD, resume-se em duas expressões: mais despesa pública; menos receita do Estado!
Aplausos do PS.
A sexta e penúltima lição é a de que a mesma oposição de direita que reclama a redução da despesa mesmo nominal do Estado, sempre que vamos às questões em concreto, pede mais despesa, exige mais despesa, protesta contra os cortes que o Governo se propõe efectuar naquilo que é necessário efectuar.
A última lição é a de que este é um debate contra as «Cassandras»,…
Uma Voz do CDS-PP: — Agora são mais as «pegas»…
O Orador: — … contra os «velhos do Restelo», contra aqueles que querem desmobilizar o País,…
Aplausos do PS.
… contra aqueles que ainda não se esqueceram do «discurso da tanga» e cujo único quadro mental, quatro anos passados, continua a ser o «discurso da tanga». E esses, que não têm argumentos, refugiam-se em ataques inaceitáveis de carácter. A única coisa que têm a dizer ao Governo, cujas propostas não contestam, é que somos autistas, arrogantes, autoritários, etc.
Vozes do PS: — Muito bem!
Vozes do PSD: — É a verdade!
O Orador: — Bom, Srs. Deputados da oposição de direita, esclareçamos uma coisa, e com isto termino: os Srs. Deputados estão a olhar para o Governo do PS, não estão a olhar para o espelho!!
Aplausos do PS.
… contra aqueles que ainda não se esqueceram do «discurso da tanga» e cujo único quadro mental, quatro anos passados, continua a ser o «discurso da tanga». E esses, que não têm argumentos, refugiam-se em ataques inaceitáveis de carácter. A única coisa que têm a dizer ao Governo, cujas propostas não contestam, é que somos autistas, arrogantes, autoritários, etc.