9 DE NOVEMBRO DE 2006
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Aplausos do PS.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Quer dizer que vai baixar depois de andar a subir?
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Mota Soares.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Chegados a este ponto do debate, depois de ouvirmos os argumentos do PrimeiroMinistro, do Ministro de Estado e das Finanças, do Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social e até — uma novidade — do Ministro da Economia e da Inovação, há já um conjunto de conclusões que podemos retirar.
Vínhamos para este debate com a expectativa de que o Governo explicasse e emendasse muitos dos pontos mais negativos desta proposta orçamental, que explicasse o diferencial de produtividade com a União Europeia, a rigidez do mercado de trabalho, a falta de celeridade da justiça, o quadro das privatizações, a competitividade fiscal portuguesa, a reforma da função pública,…
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Zero!
O Orador: — … o aumento da carga fiscal sobre os pensionistas e sobre os cidadãos portadores de deficiência, mas a verdade é que todas estas perguntas foram feitas pela bancada do CDS-PP e todas elas ficaram sem resposta.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Zero!
O Orador: — A única justificação que ouvimos foi a de o Sr. Primeiro-Ministro falar do passado — é o discurso da «pesada herança». Queremos dizer-lhe aqui claramente, Sr. Primeiro-Ministro, que hoje o problema do país não é o passado, é o Governo!!
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Muito bem!
O Orador: — Hoje, as críticas dos portugueses não são relativas à «pesada herança», são para si, Sr.
Primeiro-Ministro!!
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Exactamente!
O Orador: — Sabemos que o PS tem uma maioria absoluta e que com essa maioria vai votar favoravelmente a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2007. Sabemos até que o Eng.º Sócrates tem votações acima de 90% no seu partido, mas sabemos acima de tudo que os problemas do País estão aí, à vista de todos, e que estas maiorias do PS estão a transformar este Governo num Governo autista, num Governo que está cada vez mais longe dos problemas do país e do sofrimento dos portugueses,…
Aplausos do CDS-PP.
… num Governo que está insensível aos inúmeros problemas sociais que o País está a atravessar. E o que é preciso são mais do que declarações de que a crise acabou, mais do que declarações de que o desemprego está a diminuir para que os portugueses tenham trabalho e dinheiro para chegarem ao fim de cada mês em condições condignas.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Muito bem!
O Orador: — O que é preciso é que haja mais investimento, mais confiança, mais credibilidade!!
Aplausos do CDS-PP.
E é exactamente sobre a credibilidade que eu gostava de falar.
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Bem precisa!
O Orador: — A credibilidade tem sido um termo muito usado ao longo deste debate.
O Governo diz que é credível e que, consequentemente, o Orçamento do Estado é credível porque conseguiu atingir as metas estabelecidas. É, aliás, curioso que o Governo não fale do incumprimento das