69 | I Série - Número: 044 | 2 de Fevereiro de 2007
O Orador: — É na base do seu alcance estratégico, da oferta logística e do impacto económico que aquele projecto deve ser apreciado.
Não obstante, bem-vindo, porque o discurso da competitividade e do crescimento esteve ausente deste debate no que toca às oposições.
Os três minutos de que vai dispor a seguir constituem uma oportunidade que lhe é dada para retomar o assunto da competitividade, para vermos se, sim ou não, o PSD subscreve a ideia de que o crescimento económico, que permite assegurar a retoma da convergência real com a União Europeia, constitui, de facto, o objectivo central do QREN. É porque o crescimento é a chave para o futuro e para alcançar o bem-estar dos portugueses!! O que fazer com o QREN, dando-lhe esta importância estratégica, no contexto do crescimento? A nossa posição, e que está inserta no QREN, é a de que este último deve afectar recursos financeiros à competitividade e à qualificação dos portugueses.
Assim, pergunto-lhe se está ou não de acordo em que uma parte importante dos recursos financeiros seja afecta à competitividade e à qualificação dos portugueses. Inquiro-o sobre opções concretizadas em números muito concretos.
Está ou não de acordo com o conjunto limitado de prioridades previstas no QREN e que não faziam parte do QCA III? Refiro-me às seguintes prioridades: economia baseada na inovação e no conhecimento; renovação do perfil de especialização e dos modelos de negócios empresariais (matéria que, de resto, deveria ter estado presente na intervenção do Sr. Deputado Almeida Henriques…); incremento da produção transaccionável de bens e serviços; maior orientação para os mercados internacionais… Isto faz ou não sentido? É neste terreno que, se não está de acordo, o PSD deve dizê-lo! Está ou não de acordo quanto à concentração e à selectividade na afectação de recursos? Está ou não de acordo quanto à simplificação e à eficácia do modelo de gestão administrativa, do modelo de governação previsto no QREN?
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — É uma vergonha!
O Orador: — Era neste terreno que se esperava que o principal partido da oposição viesse a jogo. Mas não foi esse o terreno nem do principal partido da oposição nem dos outros.
Aplausos do PS.
O Sr. Honório Novo (PCP): — O Sr. Deputado já falou com a ex-ministra Elisa Ferreira?
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Vai é deixar de falar!
Risos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Mendes Bota.
O Sr. Mendes Bota (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Maximiano Martins, de facto, o QREN tem um nome diferente. De facto, o QREN poderá ter uma apresentação das prioridades, dos objectivos, dos temas, diferente da dos anteriores Quadros Comunitários de Apoio, mas o que critico no QREN é que não é conhecido que tenha sido precedido por uma análise crítica, séria e feita em profundidade relativamente aos erros dos anteriores QCA.
O problema é que não basta os senhores virem dizer que querem derramar milhões e milhões de euros…
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Não é «derramar», é investir!
O Orador: — … para qualificar os portugueses porque isso também foi feito no passado; que querem derramar milhões e milhões de euros para estimular a competitividade, o crescimento, ajudar as empresas.
Mas com que resultados? Esse debate não foi feito, esse relatório não é conhecido publicamente e essa é uma das principais razões por que condenamos o secretismo que rodeou a tomada de opções políticas que deveria ter-se baseado numa análise do passado para perspectivar um futuro sem os erros que foram cometidos no passado.
Existe um largo espectro de opiniões de que o QCA III teve um desempenho medíocre — 30% de cujas verbas, aliás, ainda estão por utilizar…
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Exactamente!