O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

28 | I Série - Número: 087 | 25 de Maio de 2007

O Orador: — É isto que o País quer. Se o Parlamento tem esta representação plural, deve-o ao voto, à escolha nas urnas, e não à opção política e partidária do PSD aqui decidida artificialmente.

Aplausos do CDS-PP.

Por isso, Sr. Deputado Luís Marques Guedes, se me permite um conselho, até porque é mais velho do que eu e tem mais cabelos brancos,…

Vozes do PSD: — Pouco, pouco!

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — A primeira verdade!

O Orador: — … não opte pelo argumento populista (que é sempre fácil e que, aparentemente, cai bem e colhe aplausos imediatos) de dizer que os políticos são muitos e, genericamente, fazem pouco.
Com certeza, o Sr. Deputado falará pelo PSD, mas eu posso garantir-lhe que no CDS não é assim.
Os Deputados do CDS fazem cá muita falta e acredite, Sr. Deputado Luís Marques Guedes: ao reduzir o número de Deputados do Parlamento para 180 — ou, até, para 150, o que a Constituição não consente, e ainda bem, porque se assim não fosse, o PSD, no máximo, proporia 130 ou 140 Deputados — não resolve coisa alguma, porque amanhã, tendo em conta os argumentos que usa, muitos políticos continuarão a ser o que hoje o PSD invoca, injustamente.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Orador: — Causa danos ao sistema, causa danos ao regime, causa danos ao Estado social de direito, é injusto e nós não o merecemos, nomeadamente no CDS – e, tenho a certeza, no PSD também não.
O eleitorado revê-se no Parlamento, nos Deputados eleitos. Nós somos parte da sociedade a que pertencemos, somos escolha dessa sociedade e não aceitamos ser depreciados com base num argumento político que visa conseguir um fim, esse, sim, inconfessado — é a vontade real, ainda que não declarada —, de reduzir o Parlamento ao espectro do «centrão».
E, acredite, Sr. Deputado Luís Marques Guedes, este Parlamento não é do «centrão», é de todos,…

O Sr. António Filipe (PCP): — Aí, está certo!

O Orador: — … é de Portugal e, nomeadamente, dos partidos que nele estão representados. A bem de Portugal.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Sr. Presidente, aproveitando o facto de, hoje, os nossos trabalhos serem presididos tão ilustremente pelo Sr. Vice-Presidente, Deputado eleito pelo círculo eleitoral da Madeira, queria deixar-lhe um pedido: que fizesse distribuir ao Sr. Vice-Presidente Nuno Teixeira de Melo os resultados do último acto eleitoral realizado na Madeira, onde, independentemente da redução do número de Deputados da Assembleia Legislativa Regional em cerca de um terço, a pluralidade de representação aumentou em relação ao anterior regime eleitoral,…

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Orador: — … para que o CDS possa perceber quão falacioso é o argumento «estafado» de que a mera redução do número de Deputados tem como efeito a redução da representatividade.

O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — É a prova concreta!

O Orador: — Não é verdade e a Madeira ilustra-o bem.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente, com esse seu gesto, pode ilustrar bem ao CDS quão falacioso é este argumento.