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25 | I Série - Número: 087 | 25 de Maio de 2007

O Orador: — A motivação não é séria, o procedimento não é justo e o resultado, se nada fizermos, será mau para Portugal.
E por isso cá estaremos, na primeira linha da luta pela defesa de um Estado de direito plural, consolidado por uma experiência de 32 anos de democracia.

Aplausos do CDS-PP.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Infelizmente, este não é exemplo isolado de actos que, pelo sinal dado, nos fazem temer pela qualidade futura do nosso regime democrático. Exemplos que nos devem fazer reflectir e que aqui invoco, porque aqui se fiscaliza a actuação do Governo e se procura chamar a maioria à razão.
Um professor tem uma conversa privada, num edifício público. Usa do mais elementar direito à liberdade de expressão. Como a conversa é privada, nem quero saber o que ela contém.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!

O Orador: — Mas a conversa privada é objecto de delação. A ironia ou a graçola, não importa o gosto — subjectivo, para além do mais — transforma-se em delito. Uma administrativa, nomeada para zelar pela educação, assume funções de polícia do regime, julga a consciência do atrevido professor e despede-o. E o Sr. Primeiro-Ministro demora quatro dias a compreender que, em causa, estão direitos, liberdades e garantias.

Aplausos do CDS-PP.

E mesmo aqui, para garantir que, em tempos de governação socialista, não acontecerá o que, curiosamente, já se consumou: o afastamento-sanção de alguém por delação de uma conversa pessoal.
Simplesmente, não é normal, simplesmente é muito grave e eu, que sou democrata, sinceramente, não quero viver num país de delatores.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!

O Orador: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Um Ministro dos Transportes, teimoso e obstinado, tanto que já dá que pensar, à falta de estudos, rejeitando as evidências, decide agora pelo mais lúcido dos argumentos para justificar a sua decisão política: um novo aeroporto na margem sul, nem pensar; a margem sul é um deserto, não tem hospitais, não tem escolas, não tem pessoas.
Deste membro do Governo — iberista confesso, defensor da integração de Portugal em Espanha, nuns dias, afrancesado, nos outros — veio agora a constatação de que Setúbal, Seixal, Barreiro ou Alcochete não têm hospitais, escolas, pessoas… são um deserto. E, no dia seguinte, continua Ministro de Portugal.
Simplesmente também não é normal e é igualmente muito grave.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Aqui mais perto, em Lisboa, candidatos houve que foram a votos nas últimas eleições autárquicas. Um deles venceu a contenda. Entretanto, foi ouvido num processo judicial e nele constituído arguido. Quem antes o escolheu decidiu, agora, a meio do mandato, que teria de cair e que, com ele, teria de cair todo o executivo municipal.
No CDS, não criámos o problema. No CDS, não desejámos o problema. No CDS, nunca quisemos ver as eleições em Lisboa transformadas numa espécie de guerra civil nas áreas dos dois maiores partidos do «centrão».
Mas no CDS queremos ser a boa solução. Escolhemos um candidato, nosso colega, o Dr. Telmo Correia, e, com ele, uma grande equipa. Apresentamos o melhor que temos: uma equipa A para Lisboa, uma grande equipa, de gente de Lisboa, com experiência no governo e na autarquia.
Saúdo o Dr. Telmo Correia e desejo-lhe muita sorte. Por si e pelo CDS, naturalmente, mas, principalmente, por Lisboa, que bem precisa que tenha sorte.

Aplausos do CDS-PP.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O CDS passou tempos difíceis, como sempre acontece, de resto, nos grandes partidos e o CDS não é excepção.

O Sr. Afonso Candal (PS): — Só não é um grande partido!

O Orador: — Resolveu-os dentro de casa. Parte agora reforçado e motivado, decidido a escrever uma nova página: trabalhando na unidade, sem querer impor a uniformidade; querendo evoluir e crescer,