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23 | I Série - Número: 087 | 25 de Maio de 2007

matéria concreta, a da reserva aquífera, cuja destruição alguém defende para ali se localizar o aeroporto? E qual é a opinião do PCP sobre um corredor migratório de aves existente naquela zona, que também teria de ser destruído para que fosse construído exactamente nesse local o novo aeroporto internacional de Lisboa? Qual é a opinião do PCP? É que estas são questões fundamentais a cujo debate toda a gente tem fugido, nomeadamente o PSD e o CDS-PP.
Sr. Deputado, quando fala no Metro Sul do Tejo, na plataforma logística de Sines, no terminal multipurpose de Setúbal, no porto de águas profundas, no empenhamento havido na Autoeuropa, V. Ex.ª não sabe que isso traduz o esforço do Governo do Partido Socialista relativamente a toda aquela região?! Quer algo mais claro do que isto?

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Tem de dizer isso é ao Ministro!

O Orador: — Como é que o PCP pode fazer o tipo de afirmações que fez? Por último, devo dizer que fui consultar as intervenções feitas em Plenário, pois tive a curiosidade de verificar as expressões que VV. Ex.as utilizam relativamente ao Interior.
Assim, verifiquei que é o próprio PCP, quando se refere ao Interior, que diz que o Interior é o deserto, falando na desertificação do Interior. Essa recorrência permanente não é nenhum escândalo, não é considerada um insulto para ninguém.
Ora, perante alguém que utiliza uma metáfora para explicar que não se pode destruir aqueles aquíferos, que tem de se preservar o corredor migratório que referi,…

Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.

… o Sr. Deputado entende que, da parte do PCP, é sério querer extrair dividendos políticos para fins meramente eleitorais e partidários?

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados Pedro Duarte, Álvaro Saraiva e José Junqueiro, agradeço as questões que me colocaram.
Quanto a recursos estilísticos e poéticos, apenas quero dizer que não vou entrar numa discussão sobre se estamos perante uma metáfora ou uma sinestesia. A confusão sobre o sentido das palavras acontece às vezes, mas, neste caso, não vou entrar nessa discussão.
Em relação às questões que foram colocadas, devo dizer que, de facto, se formos pela lógica dos pedidos de desculpa, entendemos que este Governo e esta maioria PS devem um grande pedido de desculpa às populações do distrito de Setúbal. Aliás, demoraria muito tempo a fazer o enumerado das várias coisas que mereciam um pedido de desculpa.
Pensamos que, mais importante do que isso, é uma mudança de políticas, uma mudança de rumo e uma mudança de opções estratégicas relativamente ao respeito que aquela região, e o País, merecem por parte deste Governo e desta maioria.
Já é tempo de haver uma nova orientação no desenvolvimento da AML (Área Metropolitana de Lisboa), da região de Setúbal e de todo o País.
Por outro lado, enquanto vai prosseguindo este «pingue-pongue» entre o PS e o PSD sobre quem tem mais culpas dos erros que foram cometidos em matéria de política de aeroportos, a população vai sofrendo, o País vai-se atrasando e vai pagando bem cara a factura daí proveniente. Portanto, não faço a discussão que cabe ao PS e ao PSD fazerem entre si.
Pela nossa parte, aqui estamos a denunciar e a criticar as declarações inaceitáveis proferidas pelo Sr.
Ministro.
No que diz respeito à pergunta que foi feita sobre a reserva aquífera existente na península de Setúbal, quero fazer notar que, naquela mesma intervenção do Sr. Ministro das Obras Públicas, encontramos a «fabulosa» compatibilização com um deserto que tem a maior reserva aquífera da Península Ibérica.
Portanto, quando nos deparamos com este tipo de declarações por parte de um ministro, devemos recordar que essa mesma reserva aquífera também pode vir a ser ameaçada por via da Lei da Água que o Governo aqui apresentou e o PS aprovou. E no caso Autoeuropa — veja bem! —, nunca foi suscitado nenhum problema.
É, pois, necessário avançar com investimento sério, coerente e bem fundamentado, coisa que, neste momento, não está demonstrado que esteja a ser feito.
A península de Setúbal tem, de facto, muita gente, tem uma população cujo crescimento é acima da média nacional, que é mais jovem do que a média nacional, tem um potencial turístico dos mais interes-