18 | I Série - Número: 096 | 21 de Junho de 2007
das nestes estudos, e que eu não vou repetir.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Façam o estudo!
O Orador: — Eu ouvi-o a si dizer isso!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Então, se me ouviu, ouviu-me desmontá-las uma a uma!
O Orador: — Mas vou dizer-lhe mais! Por exemplo, o Sr. Deputado sabe que aquela pista que o senhor aponta como essencial é uma pista que tem ventos cruzados e que obriga muitas vezes a desvio no tráfego, até no voo de militares? Pois é! Não sabia!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Na Ota não estudaram a questão da segurança!
O Orador: — Sabia, Sr. Deputado, que, se tivermos um aeroporto no Montijo (e isto está no estudo), será preciso criar um serviço especial de socorros, com meios de salvamento marítimos, que é algo que não existe em aeroporto nenhum mas que teria de existir naquele, porque se estaria a fazer tráfego civil e, portanto, teria de haver alguma forma de socorro?
Protestos do Deputado do CDS-PP Telmo Correia.
O senhor é que deu a solução.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Não dei! É mentira!
O Orador: — Eu perguntei-lhe qual era e o senhor fez a fineza de me dizer que a solução é «Portela+Montijo».
Sabia, Sr. Deputado, que o esforço de investimento que iríamos fazer no Montijo compromete a viabilidade da rendibilidade deste projecto, porque é um investimento que acrescentaria entre 15% a 20%, a mais, em relação ao que é possível acrescentar no aeroporto da Portela? O Sr. Deputado sabia que, no total dos dois aeroportos, daqui a cinco ou seis anos, poderíamos ter, no máximo dos máximos, 23 milhões de passageiros? Sabia que, daqui a cinco ou seis anos, provavelmente, já ultrapassámos este número?
O Sr. José Junqueiro (PS): — Bem respondido!
O Orador: — Gostaria também de referir, Sr. Deputado Telmo Correia, porque também é uma pessoa interessada nesta matéria, algo que hoje se diz na indústria do turismo — e recordo que o turismo é uma das principais indústrias portuguesas, traduzindo-se em 8% do PIB. Diz-se hoje que, a nível mundial de negócios, a pressão turística a que estamos sujeitos tem um crescimento de 3,5% no mundo e de 4,5% em Lisboa.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Não é verdade! Tudo depende! Em certos casos é de 6%.
O Orador: — Se não é verdade, então o Sr. Deputado dirá depois a sua verdade.
Gostaria, ainda, de lhe lembrar, Sr. Deputado, no que diz respeito a estas questões do turismo, que já conversámos no último colóquio sobre esta matéria e que o Sr. Deputado foi o primeiro a dizer que a questão da escolha do aeroporto é uma matéria central para a opção que vamos ter relativamente às questões do turismo.
A terminar, Sr. Deputado, gostaria de lhe dizer que estamos numa encruzilhada. Nesta encruzilhada, temos de escolher entre a opção de termos um aeroporto para mais 40 ou 50 anos, como foi o aeroporto da Portela, uma boa opção na altura, ou escolher uma solução intermédia onde gastaremos quase o mesmo e ficaremos com uma solução para 10 ou 15 anos. Repito: «Portela+1» é uma solução para 10 ou 15 anos, que é, provavelmente, o tempo que temos para construir um aeroporto à escala europeia.
Sr. Deputado, o senhor está só a olhar para Lisboa e para os lisboetas e para aqueles que usam o Aeroporto de Lisboa, dizendo que o Aeroporto é de Lisboa e não do País. Por isso, se estivesse aqui António Aleixo, diria assim: «O mundo só pode ser melhor do que até aqui, quando consigas fazer mais p'los outros que por ti!».
Aplausos do PS.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Manter o aeroporto da Portela é continuar a olhar para o con-