8 | I Série - Número: 019 | 30 de Novembro de 2007
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria José Gambôa.
A Sr.ª Maria José Gambôa (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Fazenda, quero colocar-lhe algumas questões.
Gostaria de lhe dizer que a matéria que hoje traz a este Plenário, a greve dos trabalhadores da Administração Pública, significa para nós uma tentativa de manipular exactamente esse espaço de greve dos trabalhadores da Administração Pública.
Vozes do PS: — Muito bem!
Protestos do BE.
A Sr.ª Maria José Gambôa (PS): — A greve dos trabalhadores da Administração Pública é, para nós, um sinal claro e evidente da liberdade que todos os trabalhadores da Administração Pública têm de manifestar a sua indignação e de prosseguir a luta pelos seus direitos e interesses.
Protestos do PCP e do BE.
Esta greve é, para nós, inevitavelmente, o respeito pelas decisões dos trabalhadores da Administração Pública, que saudamos aqui, hoje, em mais um caminho que faz parte da história dos trabalhadores da Administração Pública.
O que hoje nos incomoda é que o Bloco de Esquerda não se tenha constituído como parte da solução do problema da reforma da Administração Pública. Isto é, o Bloco não trouxe aqui nenhuma proposta de reformulação dos caminhos que a Administração Pública está hoje a tentar trilhar no seu processo de reforma; o Bloco de Esquerda, de alguma maneira, abandona os trabalhadores da Administração Põblica,»
Vozes do PS: — Muito bem!
A Sr.ª Maria José Gambôa (PS): — » quando não os representa nessas soluções.
Risos do BE.
É verdade, Sr. Deputado! Não promover propostas de resolução dos problemas dos trabalhadores é abandoná-los num caminho em que eles precisam de algum suporte tambçm por parte de uma esquerda»
Vozes do PS: — Muito bem!
A Sr.ª Maria José Gambôa (PS): — » que pretende acompanhá-los e pretende defender esse seu acompanhamento.
Por outro lado, quero também dizer-lhe que os trabalhadores da Administração Pública estão habituados a que o Partido Socialista não tenha de usar os momentos de decisão pela luta dos seus interesses como momentos deste Plenário. Não é assim que temos trabalhado com os trabalhadores da Administração Pública.
Vozes do PS: — Muito bem!
A Sr.ª Maria José Gambôa (PS): — Quero também referir-lhe, em relação ao diploma que hoje terá seguido para o Tribunal Constitucional, que essa é uma decisão que cabe ao Sr. Presidente da República.
Não vamos transformar esta Câmara, por antecipação, no Tribunal Constitucional. Não nos compete tomar hoje qualquer atitude; tomá-la-emos, naturalmente, no âmbito desta Câmara, quando chegarem a hora e o momento certos.
Aplausos do PS.