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76 | I Série - Número: 023 | 10 de Dezembro de 2007

individualmente representado — sobre matérias que já são da sua competência, designadamente as diversas licenças e as diversas autorizações. Portanto, o que é que se está aqui a fazer?

O Sr. Ramos Preto (PS): — Não explique, Sr. Secretário de Estado! Está na lei! Têm de estudar!

O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro: — Estão a trazer-se as autarquias para a decisão sobre essas mesmas licenças e autorizações, a qual é tomada na conferência decisória.

O Sr. Ramos Preto (PS): — É evidente!

O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro: — Mas, para ficar mais descansado, se vir os n.os 4 e 5 do artigo 20.º, verificará que garantem a manutenção do sistema tal como está, quanto aos instrumentos de gestão territorial, e todas as competências continuam na posse das autarquias. Nesta norma, estão todas as competências das autarquias locais em termos de instrumentos de gestão territorial. Mantêmnas! É que a conferência decisória nem as discute, elas continuam na posse das próprias autarquias.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Mas o projecto já está aprovado!

O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro: — Por último, e se isto ainda não chegasse, se continuar a ver o diploma para a frente, verificará que, depois disto, ainda são as câmaras que têm a última palavra no licenciamento municipal das obras, porque este nem tão-pouco entra na apreciação.
Portanto, Srs. Deputados, com tudo isto, não percebo as críticas que foram formuladas ao diploma, as quais me parecem sem qualquer fundamento.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Nuno Teixeira de Melo): — Tem, agora, a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quem ouvisse o Sr. Secretário de Estado ficaria convencido de que este decreto-lei, além de inócuo, é inútil, porque, aliás, só vem plasmar aquela que já é a prática comum.

Protestos do PS.

O que ficou, efectivamente, por discutir — aliás, pela maior parte das bancadas mas com particular incidência por parte da bancada do Partido Socialista — foram as questões que aqui colocámos logo no início do debate.
O facto é que os PIN servem, na prática, exclusivamente para contornar os instrumentos de ordenamento do território,»

O Sr. Ramos Preto (PS): — Não é verdade!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — » ou seja, para permitir onde não ç permitido, para contornar as interdições,»

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É evidente!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — » em função, exclusivamente, de dois grandes critérios: a dimensão do promotor e o volume do empreendimento, o volume do investimento.

O Sr. Ramos Preto (PS): — O Sr. Deputado está a ler outro decreto-lei!