77 | I Série - Número: 023 | 10 de Dezembro de 2007
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Estes critérios, obviamente, não se compaginam com aquilo que consideramos serem, necessariamente, os critérios de gestão territorial, colocados ao serviço do desenvolvimento do País e das populações.
Uma outra questão que ficou por esclarecer — e era bom que se respondesse claramente — foi a seguinte: se tudo estiver encaminhado para a classificação do projecto, se for decidido que o projecto avança para a sua fase de implementação e execução, a autarquia ou as autarquias envolvidas podem ou não travar este processo?
O Sr. Luís Fazenda (BE): — É evidente que não!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — A resposta a esta questão é da maior importância! Elas podem, ou não, travar este processo?
O Sr. Presidente (Nuno Teixeira de Melo): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades.
O Sr. Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Vou fazer quatro comentários.
Em primeiro lugar, sobre o rigor. Disse o Partido Comunista Português que os projectos PIN derrogam, na maior parte dos casos, os planos de ordenamento especiais das áreas protegidas e municipais. E o Partido Ecologista «Os Verdes» foi mais longe dizendo que todos os afectam de alguma forma.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Pelo menos um!
O Sr. Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades: — Vamos aos números, é preciso ter números, é preciso ser rigoroso.
Houve 140 requerimentos para projectos PIN,»
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Já sabemos!
O Sr. Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades: — » desses 140 um em cada três é recusado: houve 43 recusas!
O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): — 70% foram aprovados!
O Sr. Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades: — Dos cerca de 100 que estão em marcha, de momento houve quatro pedidos de suspensão com fundamento no PDM, da iniciativa dos municípios; houve duas desafectações da Reserva Ecológica Nacional (REN); e um RIP (Resíduos Industriais Perigosos) da Rede Natura 2000. Srs. Deputados, temos de ser rigorosos, temos de saber do que falamos, não podemos generalizar de forma abusiva!!
O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): — Em que é que isso contraria aquilo que eu disse, ou seja, que afectaria as áreas protegidas?
O Sr. Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades: — Em segundo lugar, um comentário sobre o papel das autarquias.
É preciso coerência: fomos aqui acusados, pelas bancadas da esquerda, quando apresentámos a alteração ao regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial, de estarmos a deixar as autarquias em «roda livre». Lembro-me bem»! Portanto, num dia somos acusados de deixar as autarquias em «roda livre«, no outro dia somos acusados de centralismo.
Vozes do PS: — Bem lembrado!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Eh!»