19 | I Série - Número: 025 | 13 de Dezembro de 2007
A Sr.ª Paula Nobre de Deus (PS): — Por isso, Srs. Deputados, em matéria de desenvolvimento do interior, pedimos meças.
O Sr. Presidente: — Pode concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Paula Nobre de Deus (PS): — Termino, Sr. Presidente, parafraseando Pessoa: «O que nós vemos das coisas são as coisas/ O essencial é saber ver».
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado José Soeiro.
O Sr. José Soeiro (PCP): — Sr. Presidente, em relação ao Alentejo, gostaria de dizer que, na verdade, se o Sr. Ministro nos der aqui hoje os indicadores do Alentejo, verificaremos que o Alentejo cresceu. Cresceu em população, cresceu em PIB,…
Protestos do PS.
A sério! Sr. Presidente, não querem ouvir! Então Santarém não é agora a maior cidade do Alentejo?
Vozes do PCP: — Exactamente!
O Sr. José Soeiro (PCP): — É que, se juntarem o Alentejo a Lisboa e Trás-os-Montes ao Porto, alteram os indicadores todos!
Aplausos do PCP, do PSD e de Os Verdes.
Mas a verdade está lá! É preciso ir lá vê-la! Mas os senhores, isso, não querem ver! A Sr.ª Deputada Paula Nobre de Deus veio aqui dizer-nos: «Atenção, que nós retomámos o aeroporto». O aeroporto foi apontado pela CDU há 18 anos, deveria estar pronto há 16 anos, e a Sr.ª Deputada vem aqui falar do aeroporto?!
Protestos do PS.
Sr.ª Deputada, tenha um bocadinho de pudor! Só o PSD é que parou o Alqueva? Quem parou o Alqueva foi o Dr. Mário Soares, no tempo do governo do Partido Socialista. Sabia? Não sabia! Fica a saber!
Protestos do PS.
Já agora, quero dizer-lhe uma coisa que esta manhã não tive oportunidade de dizer ao Sr. Ministro. De qualquer forma, fica aqui o recado.
Em 7 de Dezembro, repito, a 7 de Dezembro de 2004 (não é de 2005, nem 2006, nem 2007, estamos a falar de 2004), quem fosse ao site da EDIA e olhasse para o cronograma relativo à execução das redes primárias e secundárias do Alqueva, já encontrava lá a famosa antecipação dos 10 anos!
Protestos da Deputada do PS Paula Nobre de Deus.
Os senhores apresentam coisas «requentadas», conhecidas e reconhecidas. O concreto é que os alentejanos continuam a não ter emprego, os alentejanos continuam a não ter centros de saúde e continuam a não ter acessibilidades e os alentejanos continuam a ter de emigrar para Espanha, para França, para a Alemanha e para a Suíça.