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12 | I Série - Número: 033 | 11 de Janeiro de 2008

O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: «Sócrates escuta, Anadia está em luta».

Vozes do PS: — Oh!…

O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Foi desta forma que milhares de anadienses gritaram, revoltados, quando souberam a decisão final do Governo de encerrar o serviço de urgências do hospital de Anadia.
Anadia não foi um caso isolado, manifestações similares ocorreram em vários pontos do País. As populações saíram à rua para demonstrar a sua indignação perante o fecho de vários serviços públicos de saúde nas suas localidades, gritaram contra esta política irresponsável do Governo que as está a prejudicar.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Alijó, Barcelos, Chaves, Peso da Régua, São Pedro do Sul, Vila Pouca de Aguiar e Vouzela, são alguns dos muitos exemplos que podem ser citados.
Nada escapou à fúria desenfreada do Governo de tudo fechar: serviços de urgência, maternidades, blocos de partos e serviços de atendimento permanente.
Na verdade, nos primeiros dias do ano 2008, Portugal ficou ainda mais injusto. Mais injusto porque a saúde é um direito fundamental e esta decisão do Governo deixa muitos cidadãos do nosso país privados de um serviço público de saúde de proximidade, com qualidade, nada mais lhes restando como alternativa do que serviços distantes, a rebentar pelas costuras e em ruptura, ou seja, falsas alternativas. E isto tem um nome: insensibilidade!

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Permitam que dê como exemplo o meu concelho, o de Anadia. O que se passou aqui é verdadeiramente revoltante, é deplorável! O hospital de Anadia é reconhecido pelos altos níveis técnicos e pelos serviços humanizados e personalizados que presta.
O seu edifício foi ao longo dos anos alvo de profundas remodelações, sendo que a última intervenção terminou há cerca de três anos e teve uma incidência especial no serviço de urgências, que ficou adaptado às mais exigentes condições.
Com todas estas obras e com a aquisição de equipamentos, o Estado investiu um montante próximo de 4 milhões de euros, dinheiro que não é do Governo, dinheiro que não é do Estado mas, sim, de todos nós. É o dinheiro dos nossos impostos.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Falo de um hospital que, em Julho de 2006, foi acreditado pelo Health Quality Service, organismo internacional de qualidade em saúde, por cumprir os mais rigorosos critérios de qualidade.
O hospital de Anadia foi, ainda, o primeiro hospital de nível 1, em todo o País, a introduzir no seu serviço de urgência o Sistema de Triagem de Manchester – em Agosto de 2005 – e é actualmente a referência nacional na introdução deste protocolo.
Em 2007, o serviço de urgências do hospital de Anadia atendeu quase 41 000 cidadãos, o que representa uma média de 112 utentes/dia, sendo que as situações de urgência propriamente dita correspondem a 62% destes atendimentos.
Trata-se de um serviço de urgência equipado com desfibrilhadores, ventiladores, carro de emergência, bombas perfusoras, electrocardiógrafo e material de imobilização em trauma, dispondo de salas diferenciadas para crianças e adultos, possuindo ainda apoio de equipamentos de radiologia e de ecografia que contemplam a digitalização da imagem, a última tecnologia. E os seus profissionais de saúde têm, praticamente na sua totalidade, formação em suporte avançado de vida.
Em 2006, foi realizado um inquérito no sentido de avaliar o grau de satisfação dos utentes. Numa amostra de 553 utentes, o grau de satisfação atingiu 89%. Não serão estes resultados e todos estes elementos suficientemente esclarecedores, Srs. Deputados?

O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — Muito bem!

O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Porventura, não o serão para este Ministro da Saúde que, lamentavelmente, encerra um serviço de saúde de qualidade, considerado por todos como necessário e imprescindível. Uma vergonha, uma irresponsabilidade!