22 | I Série - Número: 039 | 25 de Janeiro de 2008
como o vosso preconceito e a vossa alergia crónica a tudo o que tenha incluído o nome de privado,»
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É verdade!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — » estarmos todos tão de acordo sobre o desastre que tem sido a política de saúde.
Ainda ontem assistimos aqui a um lamentável espectáculo de desinformação, de demagogia»
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — » e de uma arrogància política a que não estávamos habituados, em que o Governo mandou a bancada socialista — e sabe-se lá quem mais a terá mandado! — recuar nas próprias iniciativas e nas próprias promessas do Partido Socialista.
Fala o Sr. Deputado — e muito bem! — sobre a questão das urgências. Já aqui falou nos volte-faces, mas também gostaríamos de saber para quando o mapa final, que, como o Sr. Deputado sabe, estava prometido para Junho de 2007. Para quando o mapa final? Temos o relatório tçcnico» Talvez o Sr. Deputado Josç Junqueiro saiba quando estará pronto o mapa, quais são os serviços que vão ficar abertos,»
Risos.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ainda está a escolher!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — » quais são as unidades de saõde familiar, onde ç que estão as alternativas e onde é que está uma rede adequada de transportes, que hoje não existe, a não ser quando ocorre uma tragédia, porque, passados três dias, já aí se encontra uma VMER, como foi o caso de Odemira.
De facto, Sr. Deputado, isto tem sido um descalabro. Espero que consigamos encontrar um consenso entre todas as outras bancadas, porque, certamente, não conseguiremos um consenso no reconhecimento da desgraça e do desastre que tem sido esta política da saúde.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Teresa Caeiro, sabe que tenho um especial apreço por denunciar situações em que se favorece o sector privado à custa dos dinheiros públicos» E o CDS, que agora tanto se afirma como o partido do contribuinte, também devia pensar nisso.
Por exemplo, acha bem que o Estado já tenha pago 8,4 milhões de euros para estudar o quê? A entrega de hospitais ao sector privado e encomendando estudos a algumas empresas que, depois, vão ser concorrentes à gestão privada destes hospitais? Eu acho que isto não está bem, Sr.ª Deputada! Sabe que, em relação a esta questão do desaparecimento da rede pública para aparecer, em sua substituição, uma rede privada, não temos qualquer alergia; o que isto é é uma «infecção oportunista»» Sabe que, quando um organismo está com o seu sistema imunitário debilitado, às vezes aparecem infecções oportunistas» É o que acontece neste caso: o Governo debilita o Serviço Nacional de Saõde e o sector privado aproveita a debilidade do Serviço Nacional de Saúde para se impor no mercado e para se impor às populações.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Este é que é o problema que está em cima da mesa! Sr.ª Deputada, discordo de si: ainda bem que não há mapa final! Sabe porquê? Porque este facto nos dá uma oportunidade, que é a oportunidade que queremos propor nesta Câmara de suspender este processo.
Não é para impor a nossa solução; é para que todos possamos participar num processo de discussão