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23 | I Série - Número: 039 | 25 de Janeiro de 2008

alargada, em que, antes das decisões, se definam os critérios, como é que deve ser a rede de urgências, e esse debate deve ser feito aqui, na Assembleia da República. E se o Governo e o PS estão tão certos da razão que lhes assiste, então aceitem esta suspensão e debatam aqui quais devem ser os critérios»

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não tenham medo!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — » para a rede de urgências, para a rede de serviços de atendimento permanente. Só depois de definidos esses critçrios gerais ç que se tem de encontrar um mapa em concreto,»

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — » e não como o Governo faz, que quer fechar a eito, poupar dinheiro e deixar o campo livre ao sector privado.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Semedo.

O Sr. João Semedo (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Bernardino Soares, V. Ex.ª, tal como eu, e creio que todos os outros Srs. Deputados — e, aliás, o conjunto dos portugueses, pode verificar que não há um único dia em que o Sr. Ministro Correia de Campos não dê uma entrevista numa televisão, numa rádio ou num jornal.
Este tem sido o «prato do dia» — chamemos-lhe assim — do Ministério da Saúde desde o final do ano passado.
Queria, pois, sublinhar que temos visto, de facto, o Sr. Ministro todos os dias na comunicação social, mas andamos há um mês para tê-lo aqui, na Comissão Parlamentar de Saúde e Ministro é que nenhum de nós ainda conseguiu ver.
Nesta «cruzada», o Sr. Ministro promete-nos que se move em defesa e em salvação do Serviço Nacional de Saúde e que o seu único objectivo é melhorar a qualidade dos serviços de saúde prestados aos portugueses. Infelizmente para os portugueses, a realidade desmente-o. E desmente-o também o protesto de milhares e milhares de portugueses, entre os quais estão muitos e muitos socialistas. E não tardará o dia em que algumas organizações do Partido Socialista declararão o Dr. Correia de Campos persona non grata no Partido Socialista. Estou absolutamente convencido disso.

Protestos do Deputado do PS Manuel Pizarro.

Sr. Deputado Bernardino Soares, queria concluir, dizendo o seguinte: não basta suspender os encerramentos e não basta discutir e aprovar, com mais ou menos consenso, uma nova rede de serviços de urgência e de serviços de saúde; é preciso obrigar o Governo a dizer, com verdade, qual é o plano, qual é o investimento, qual é o financiamento e quais são os prazos com que se compromete para concretizar a sua reforma.
Digo isto, porque assistimos a uma burla que está a ser transmitida pelo Ministério: não há nenhuma reforma dos serviços de urgência em marcha, o que há é apenas uma unidade de urgência básica constituída.
De resto, a reforma dos cuidados primários de saúde anda a «passo de caracol», mas a reforma das urgências nem sequer saiu do papel.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Semedo, agradeço o seu pedido de esclarecimento.