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66 | I Série - Número: 039 | 25 de Janeiro de 2008

O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Portanto, é fundamental que haja um olhar integrado para esta zona, procurando corrigir o problema em Alcanena para que não tenhamos, a seguir, uma outra petição em busca de uma solução para a poluição do rio Alviela.
É, pois, necessário encontrar uma solução integrada, tal como é importante apurar responsabilidades, porque não pode continuar-se a deitar à rua dinheiros públicos, que é o que tem sido feito.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, em nome do Grupo Parlamentar de Os Verdes, quero saudar os peticionários da petição n.º 145/X (1.ª), bem como as populações e os autarcas que têm apoiado, há anos e anos, esta luta que vem bem traduzida na petição que agora aqui é discutida.
Esta petição — como, de resto, a próxima que vamos discutir — trata de problemas que Os Verdes têm, incansavelmente, trazido à Assembleia da República, ao longo de anos e anos, e que têm sido, também, objecto da intervenção e da forte acção de Os Verdes fora da Assembleia da República.
Gostaríamos de dizer que o Estado tem uma dívida enorme com a população que sofre os efeitos do não tratamento de resíduos da indústria de curtumes de Alcanena. E, por ter essa dívida, o Governo não pode fugir às suas responsabilidades e tem o dever de contribuir para a solução do problema e não para a sua manutenção.
Certo é, Srs. Deputados — como, de resto, traduz a petição — , que foram investidos mais de 50 milhões de euros nessa ETAR de Alcanena. Contudo, o tratamento ficou incompleto, é deficiente e, por isso, promove índices de poluição brutais, de que as populações são vítimas.
Esses investimentos deixaram a solução «coxa» — não há outra palavra. A ETAR de Alcanena, em picos de afluentes, não tem capacidade de tratamento e foi entregue à Associação de Utilizadores do Sistema de Resíduos de Alcanena (AUSTRA) faltando-lhe o tratamento terciário.
Sr. Presidente e Srs. Deputados, se não se der sequência ao investimento que já foi realizado, estamos a falar, concretamente, do desperdício de dinheiros públicos, da despromoção da qualidade ambiental e do agravamento da saúde daquelas populações. Para além disso, como traduz a petição, a população de Alcanena é afectada também pelas raspas de curtumes, que há anos poluem solos e ar do concelho.
Sr. Presidente e Srs. Deputados, o Governo não pode continuar a fugir às suas responsabilidades. Por isso, não podemos admitir que, publicamente, o Sr. Secretário de Estado continue a afirmar que os industriais estão a pagar mais do que é justo e sustentável, que o Governo não pode estar sempre a pagar a poluição desta actividade económica, até porque seria contra a lei da concorrência — vejam bem, Srs. Deputados! — , e que, relativamente à rede colectora, remeta a responsabilidade para as autarquias, quando, simultaneamente, é o Estado que lhes limita o endividamento.
O que o Governo faz, permanentemente, é criar um impasse relativamente à verdadeira solução do problema. E quem é que o está a pagar, na verdade? São as populações, que estão a sofrer concretamente os efeitos desta situação criminosa ao nível ambiental.
Nós, Os Verdes, continuaremos, seguramente, a transportar esta luta das populações para a Assembleia da República, a ser porta-voz desta mensagem na Assembleia da República, com propostas concretas que gostaríamos de ver aprovadas.

Aplausos de Os Verdes e do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Luísa Mesquita.

A Sr.ª Luísa Mesquita (N insc.): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, mais uma vez, neste curto minuto que tenho à minha disposição, gostaria de chamar a atenção para o seguinte: em primeiro lugar, teria gostado imenso que tivéssemos discutido estas duas petições em conjunto, porque demonstrava bem a nossa