31 | I Série - Número: 054 | 1 de Março de 2008
Portanto, a questão decisiva é a de saber se queremos fazer uma avaliação ou não. E não basta virem com essa conversa «desculpatória» de dizer: «sim, nós queremos a avaliação, mas não esta», «sim, mas não assim», «sim, mas não agora», «sim, mas não para todos», «sim, mas não para estes». Em suma: sim, mas desde que seja a brincar, não a sério. Isso não é conversa, Sr. Deputado!
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Neste momento, opta-se: temos ou não temos uma avaliação de professores? E eu estou do lado da avaliação dos professores.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Para perseguir os professores?
O Sr. Primeiro-Ministro: — E, Sr. Deputado, conheço o seu estilo e a sua técnica. A sua técnica e o seu estilo são sempre os mesmos: procura atacar uma das reformas mais importantes para o futuro da nossa educação.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Mais prejudiciais!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Todos os Deputados que aqui estão, no fundo, sentem bem a importância de introduzir a avaliação de professores para melhorar o nosso sistema de ensino, para o tornar também mais exigente, mais à altura dos seus desafios.
O Sr. António Filipe (PCP): — Esta avaliação?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Lá no fundo, toda a gente concorda que isto é preciso. Mas, Sr. Deputado, não quero que aconteça com a avaliação de professores o que aconteceu com o mundo. Lembra-se que Almada Negreiros dizia que para salvar o mundo todas as palavras são ditas, resta salvá-lo? A propósito da avaliação, também toda a retórica está feita, resta fazê-la. É nesse momento que se vê quem tem coragem, e quem não tem coragem, de enfrentar naturais descontentamentos, mas de fazê-lo, Sr. Deputado!
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado, finalmente, vem com um documento, que não é do Ministério da Educação mas, sim, de uma escola, referir um caso em particular com o intuito de lançar lama para cima de tudo isto.
O Sr. Mota Andrade (PS): — Exacto!
O Sr. Primeiro-Ministro: — É o seu estilo, Sr. Deputado! O Sr. Deputado vai sempre buscar um caso concreto com o intuito de denegrir, de apoucar,…
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Se calhar, não existe!…
O Sr. Primeiro-Ministro: — … de diminuir tudo o resto.
Não respondo por essa escola, Sr. Deputado, mas digo-lhe que em todos os sistemas de avaliação, naturalmente, haverá um capítulo que diz respeito à ética e à deontologia. É ou não um critério que deva ser usado? Sr. Deputado, gostava que dissesse qual é o colégio de que falou.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Já disse!