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20 | I Série - Número: 055 | 6 de Março de 2008

Há uma relação entre os números e a qualidade das instalações dos novos centros educativos, com o Plano Nacional de Leitura, com a atracção exercida pela disponibilidade generalizada de computadores e de acesso à Internet.
E no secundário? Temos, finalmente, o maior número de alunos. A queda das taxas de abandono e de insucesso, que baixou 10 pontos percentuais em 2 anos, tem muito que ver com o crescimento dos cursos tecnológicos, com o Plano Tecnológico. Claro que tem!

O Sr. José Paulo Carvalho (CDS-PP): — A reforma do secundário foi feita por nós, quando estivemos no governo, não é mérito deste Governo!

A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O caminho que estamos a percorrer não é curto nem é fácil. Ele pressupõe uma alteração enorme nos hábitos, nos comportamentos e na responsabilidade de toda a comunidade educativa: alterações na gestão e no funcionamento das escolas, na avaliação de todos os elementos do sistema, nos estatutos dos alunos e dos professores, na abertura das escolas ao que as rodeia.
Há, claro, quem esteja contra as mudanças! E há quem diga que não está, mas acrescente: «assim não, não estamos preparados». Nunca estivemos preparados para decisões que nos levaram mais longe nos campos dos direitos e da democracia.

O Sr. José Paulo Carvalho (CDS-PP): — Já tínhamos percebido isso!

A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Não estávamos preparados, Srs. Deputados, quando generalizámos e expandimos o ensino obrigatório. Não tínhamos escolas, nem professores, nem meios, mas não desistimos por causa disso.

A Sr.ª Paula Barros (PS): — Muito bem!

A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Não estávamos preparados para a escola a tempo inteiro, com tudo o que ela implica, mas fizemo-la, com os resultados que já se vêem.
Não estávamos preparados para o 25 de Abril, mas alguns – um punhado de gente – fizeram-no e nós «fomos na onda».

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Eh!…

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Estávamos, sim senhora!

A Sr.ª Manuela Melo (PS): — E lembram-se de que, há cerca de três décadas, muitos diziam que não estávamos também preparados para a democracia? Mas aqui estamos, na Assembleia da República, uma vez mais, a exprimir livremente as nossas opiniões.
E lá fora outros exprimem as suas opiniões livremente, de outras formas.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr.ª Deputada, tem de terminar.

A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Termino já, Sr. Presidente.
Srs. Deputados, o que é preciso não é avançar só quando estamos todos preparados; o que é preciso, como dizia o poeta, é «fazer caminho ao andar», sobretudo quando se tem um objectivo claro: o de redignificar a escola pública, de que o PS se orgulha, no respeito pelos seus princípios e pelos compromissos que assumiu perante os portugueses.

Aplausos do PS.