25 | I Série - Número: 055 | 6 de Março de 2008
A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Portanto, o Sr. Deputado João Oliveira, que pertence a um partido onde é nítido que têm muito em consideração as diferenças de opinião e tratam-nas extremamente bem… Põem-nas fora!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Tenha vergonha!
A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Não tenho nenhuma!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Não recorra à diatribe anticomunista! Responda à questão!
A Sr.ª Manuela Melo (PS): — O Sr. Deputado João Oliveira deveria, pois, ter algum pudor em, sistematicamente, referir como verdadeiros números que são falsos, tal como deveria ter pudor em pôr em causa uma estatística oficial do Ministério da Educação que não é de hoje. É um serviço! Digo-lhe mais: comparei séries longas, séries de 10 anos! Portanto, o que está errado hoje deverá estar errado em todos os anos anteriores. E de duas uma: ou é um defeito de leitura ou é a sua cabeça que não consegue admitir dados quando são adversos.
Aplausos do PS.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Fraca resposta! Muito fraca!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Tem a palavra o Sr. Deputado Emídio Guerreiro.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Manuela Melo, penso que vale a pena registar o esforço que foi feito no sentido de, pretendendo acusar a oposição de refugiar-se nos números, fazer uma intervenção toda ela sustentada nos números. Ou seja, é o Partido Socialista que vem hoje refugiar-se nas estatísticas — naquelas que lhe convém.
De facto, por trás de cada estatística está um número e está uma pessoa, mas o que devia preocupar-nos é se, hoje, essa pessoa que resulta desse número aprende mais e melhor nas escolas, Sr.ª Deputada.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Mais e melhor, porque é a questão da qualidade que está em jogo! Pensava que hoje todos iríamos saber qual é, afinal, a facção dominante do Partido Socialista que vai vencer o «combate» da educação: se o Ministro Santos Silva Ministro da Educação ou o Ministro Santos Silva Ministro dos Assuntos Parlamentares, se todas aquelas vozes que têm criticado a política de educação deste Governo, quer dentro do grupo parlamentar quer fora dele — e são muitos os dirigentes socialistas que têm defendido mudanças significativas de política na educação —, se os senhores que, de forma isolada e autista, continuam a sustentar, não se sabe bem porquê, uma política que é errada.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Também era importante que se referisse aqui hoje a avaliação. A pergunta que lhe formulo é esta: por que razão Portugal é o único país que escolhe este modelo de avaliação? Por que razão este Ministério não quis aprender nada com a realidade externa? A Espanha tem avaliação externa, a França tem avaliação externa, a Alemanha tem avaliação externa, toda a Península Escandinava tem avaliação externa, tal como a Itália, a Grécia e os países novos que vieram do Leste. Sr.ª Deputada, só Portugal inventou este esquema esdrúxulo, que põe os professores a fiscalizaremse uns aos outros! Nos outros países, Sr.ª Deputada, vigora um conceito-mestre, que é o seguinte: para os governos dos nossos parceiros europeus, o professor é para ensinar, e para ensinar bem! Aqui não, aqui o professor tem de