29 | I Série - Número: 055 | 6 de Março de 2008
Folha zero! Era um exemplo excelente…
Aplausos do PS.
E os professores que a preenchessem! Sr. Deputado, os professores que temos nas escolas não são pessoas incapazes de ler qualquer esquema; eles, no seu dia-a-dia, explicam coisas mais complicadas aos seus alunos! Depois, os senhores dizem que somos nós que não os consideramos… Os senhores é que acham que eles não são legíveis. Há uma iliteracia nos Srs. Deputados que, felizmente, não passa para as escolas!
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Consegue ler o esquema que mostrei?
A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Leio, sim senhor! As escolas estão a preparar a avaliação e fá-la-ão nos prazos previstos, tendo a liberdade de gerir os prazos intermédios como quiserem.
Os Srs. Deputados disseram ainda que este processo se passa no meio de um ano lectivo, próximo dos exames. Mas não! A avaliação vai ser feita até final de 2009, coisa que os senhores pretendem ignorar.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Mas começou agora, e mal!
A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Começou ontem ou agora para alguma parte — pequena — dos professores; a maior parte será avaliada até final de 2009. E, Sr. Deputado, a nossa confiança nas escolas, a nossa confiança nos professores é, pelos vistos, muito maior do que aquela que os senhores têm, apesar de «encherem a boca» com isso.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Manuela Melo, a primeira questão que quero colocar-lhe é se reconhece, ou não, que hoje mais do que nunca se vive um ambiente de total turbulência e instabilidade na escola pública em Portugal.
É importante que se pronuncie sobre esta matéria, dizendo se faz ou não esse reconhecimento, para percebermos se a Sr.ª Deputada, que falou aqui sobre educação, tem ou não consciência do País real que se vive neste momento.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Não tem!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Portanto, este é um pressuposto importante para a resposta da Sr.ª Deputada.
Em segundo lugar, gostava perguntar à Sr.ª Deputada se já tomou consciência da forma como inúmeras pessoas do Partido Socialista (pessoas que, à partida, estariam mais predispostas para aceitar as políticas que o PS vem implementando na educação) têm vindo a manifestar a sua contestação e a sua recusa relativamente a estas políticas implementadas pelo Partido Socialista. E não falo apenas de pessoas que tiveram responsabilidades governativas, como Ana Benavente, falo também de pessoas que nos aparecem nos ecrãs todos os dias, em manifestação, dizendo que votaram ou que são do PS mas que estão altamente arrependidas do voto de confiança que deram ao Partido Socialista. Reconhece ou não este facto e como se pronuncia relativamente a esta matéria? Por outro lado, Sr.ª Deputada, não nos podemos esquecer de uma das primeiras afirmações que esta Ministra da Educação fez nessa qualidade. Eu recordo-me muito bem — sabe porquê, Sr.ª Deputada?