32 | I Série - Número: 058 | 13 de Março de 2008
Mas, Sr. Deputado, o PCP disse zero!
Aplausos do PS.
Protestos do PCP e de Os Verdes.
Aliás, o PCP já nos habitou, há muito tempo, a esse vazio de conteúdo.
Permita-me ainda, Sr. Deputado, que lhe diga que fica muito mal ao Partido Comunista Português referir-se à manifestação de professores que ocorreu no passado Sábado da forma como o faz.
Nós ouvimos os professores, escutamos com atenção o que é dito pelos professores, respeitamos a liberdade de os professores se manifestarem e de exprimirem as suas opiniões livre e democraticamente.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Também era melhor!…
O Sr. Bravo Nico (PS) — O que não fazemos, Sr. Deputado, é capturar, apropriar-nos e utilizar de forma politicamente incorrecta a genuína expressão que os professores expressaram, livre e democraticamente aceite, no passado sábado. Isso não se faz!
Aplausos do PS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Tenha vergonha!
O Sr. Bravo Nico (PS) — Aliás, orgulhamo-nos muito desta nossa postura de diálogo, de abertura.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso tem de ter correspondência na prática!
O Sr. Bravo Nico (PS) — E temos muita pena que V. Ex.ª e os seus colegas de partido não tenham tido iguais preocupações às aqui manifestadas quanto aos constrangimentos à manifestação de professores quando militantes do PS, na sua sede nacional, foram objecto dos mesmos constrangimentos. Os senhores nunca o referiram!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado Bernardino Soares pediu a palavra para que efeito?
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Para defesa da consideração da bancada, Sr. Presidente.
Vozes do PS: — Oh!…
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Bravo Nico, não vou referir-me à matéria da política educativa, que aqui tem estado amplamente em debate, mas não posso deixar que se procure converter em verdade uma mentira sistematicamente repetida.
Vozes do PCP: — Exactamente!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O PCP sempre repudiou, e repudiará, formas de intervenção e de protesto político que se dirijam aos partidos políticos.
Se o Sr. Deputado quiser consultar a nota que o PCP fez sair no próprio dia das infelizes declarações do Sr. Ministro Augusto Santos Silva, poderá ler que o PCP considera inaceitável estes eventos e que, no quadro dos direitos constitucionais, «temos a concepção de que os protestos devem ser dirigidos ao poder político e