37 | I Série - Número: 058 | 13 de Março de 2008
O Sr. Bravo Nico (PS): — A terminar, Sr. Deputado, devo dizer que conheço uma proposta do CDS, a que hoje deu entrada na Assembleia da República. E sabe qual é a tradução dessa proposta? É parar, parar tudo! O Sr. Luís Fazenda (BE): — Exactamente!
O Sr. Bravo Nico (PS): — Parar o processo de avaliação.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Parar a confusão!
O Sr. Bravo Nico (PS): — Essa é exactamente a mesma resposta que VV. Ex.as deram quando se fez a reorganização do 1.º ciclo do ensino básico; quando se avançou com a requalificação do ensino secundário; quando se fez o enriquecimento curricular; quando se introduziram as aulas de inglês; quando surgiu o programa Novas Oportunidades. Por VV. Ex.as
, parava tudo! Só que não parou, está tudo em marcha. E estas coisas estão a ser feitas, sabe por quem, Sr. Deputado? Pelas escolas, pelos professores e pelos técnicos do Ministério da Educação.
Este é um trabalho que está a dar resultados. Só para que V. Ex.ª tenha um parâmetro de comparação, se me permite utilizar o número de 100 000 professores que estiveram na rua no passado sábado, diria que corresponde a um quarto do número de cidadãos portugueses que entraram na escola desde que o PS começou a governar, que são — para que tenha uma ideia — 400 000!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Emídio Guerreiro.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Bravo Nico, ouvimos aqui uma das várias correntes do PS que, hoje em dia, falam sobre educação.
Protestos do PS.
E percebemos que o Deputado Bravo Nico é o porta-voz da corrente que domina na «5 de Outubro». É a corrente oficial da Ministra da Educação — não é bem oficial nem do Governo nem do Partido Socialista, mas é da Ministra da Educação! Mais, na forma como se expressou, o Sr. Deputado reflecte o que tem sido o Ministério a Educação: trouxe seis perguntas e seis respostas. Ou seja, não é preciso mais perguntas, está tudo respondido!… E também foi claro na forma como terminou a intervenção: «É assim, e é para quem quer!». Só faltou dizer: «Porque nós é que mandamos, nós é que somos o dono da chave e a porta está fechada».
Em suma, foi a expressão da arrogância e da prepotência que têm caracterizado estes três anos do Ministério da Educação.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. António Filipe (PCP): — Estão muito satisfeitos!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Sr. Deputado, dignificar os professores com esse discurso, com esta Ministra?! Só se for uma anedota! Que eu saiba, os 100 000 professores que saíram à rua não foram fazer uma manifestação de júbilo, para gritar: «Sr.ª Ministra, a senhora é a melhor do mundo!» Não, Sr. Deputado! Nem foram dizer: «Ó Bravo Nico, meu herói!»
Risos do PSD, do CDS-PP, do PCP, do BE e de Os Verdes.