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12 | I Série - Número: 088 | 29 de Maio de 2008

cidade de Lisboa. Portanto, não estamos a pôr-nos de lado relativamente a este compromisso mas a dizer da sua importância.
Em todo o caso, esta decisão do Governo comporta, para o Partido Social Democrata, duas notas que urge denunciar. A primeira, como já foi aqui referido, tem a ver com o desrespeito pela declaração de impacte ambiental; a segunda tem a ver com aquilo que pretendemos aqui frisar hoje, de uma forma bem clara, que é a segurança rodoviária.
O País tem andado, nos últimos meses, nos últimos anos, a pugnar bastante pela segurança rodoviária em Portugal e esta obra da CRIL não é o melhor exemplo daquilo que se pode chamar uma obra para a segurança rodoviária. Foram sete os casos de insegurança, as curvas e contracurvas, que foram apontados pelo Observatório de Segurança Rodoviária, mas o Governo não deu ouvidos a estas notas bem importantes.
O que é que isto significa? Num tempo em que se apela aos portugueses para respeitarem as regras de condução, num tempo em que são duras as penalizações e a agressividade sobre quem desrespeita, ao nível dos condutores, as regras de segurança rodoviária, vemos o Estado, naquilo que compete à construção de novas vias, precisamente a não respeitar as regras de segurança rodoviária, isto é, na sua capital, em Lisboa, o actual Governo permite a construção de uma via com graves erros ao nível da segurança rodoviária. É com isto que o Partido Social Democrata anda preocupado e era isto que deveria preocupar também o Partido Socialista.
Os espanhóis, por exemplo, na capital, na segunda circular madrilena, que é a chamada Calle 30, estão a gastar precisamente muitos milhões de euros para enterrar uma via similar. Porquê? Para garantir mais segurança rodoviária na circulação em Madrid.
Em Portugal, este Governo, no que respeita à CRIL, deitou a segurança rodoviária para trás das costas, e é esta a condenação que o Partido Social Democrata quer aqui deixar.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado José Miguel Gonçalves.

O Sr. José Miguel Gonçalves (Os Verdes): — Sr. Presidente, antes de mais, agradeço aos Srs. Deputados as questões que me colocaram.
Quero reafirmar, em primeiro lugar, que, de facto, Os Verdes não estão aqui a colocar em causa a importância desta obra para a circulação rodoviária na cidade de Lisboa, aquilo que, de facto, está aqui em causa são três questões essenciais.
Em primeiro lugar, está em causa o cumprimento do próprio objectivo que esta obra visa atingir, porque, de acordo com o que consta no estudo do OSEC, a confirmarem-se as irregularidades, em termos de segurança rodoviária, e o incumprimento, em termos das regras de segurança rodoviária, aquilo que está a ser posto em causa é o próprio investimento nesta infra-estrutura, com consequências futuras, em termos de sinistralidade rodoviária, na circulação nesta via.
Em segundo lugar, está em causa a questão do desrespeito pela consulta pública e pela participação dos cidadãos.
Em terceiro lugar, aquilo que queremos salientar é que, como se já não bastasse o Governo decidir sobre as obras antes de se fazerem os estudos de impacte ambiental, agora temos o Governo a não cumprir aquilo que emana do processo de avaliação de impacte ambiental, a violar aquilo que está na declaração de impacte ambiental.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Uma vergonha!

O Sr. José Miguel Gonçalves (Os Verdes): — De facto, isto descredibiliza completamente o processo de avaliação de impacte ambiental.
Srs. Deputados, aquilo que quero afirmar é que, de facto, a Área Metropolitana de Lisboa está já pejada de investimentos públicos, em termos rodoviários, que colocam em causa a segurança rodoviária. Temos a 2.ª Circular, o Eixo Norte-Sul, onde aquilo que se tem de fazer, hoje, é limitar a velocidade rodoviária. E, por isso,