64 | I Série - Número: 088 | 29 de Maio de 2008
O Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social: — Prove!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Recuou, recuou!
O Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social: — É falso! Tem de provar isso!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Está nos seus documentos de trabalho da concertação social. Provo-o em qualquer momento! O Sr. Ministro veio ao Parlamento e disse: bem, sobre essa questão, nós mantemos a linha de fundo, mas agora não é oportuno. Quando for feita a revisão geral do Código do Trabalho, vamos repor o princípio — é o que consta das Actas deste Parlamento. Mas não o fez! Isto é verdade. O Governo é que mudou de posição…
O Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social: — Não é verdade!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — … e fez uma «cambalhota» em relação ao princípio do tratamento mais favorável!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mais uma!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Quer mais dados concretos? Em matéria de precariedade, ao tempo em que Ferro Rodrigues era Ministro do Trabalho e em que o Sr.
Ministro era Secretário de Estado, todos entendemos — as bancadas do PS, do BE e do PCP — que os contratos a prazo de três anos eram demais e, então, fez-se uma outra lei, com a conversação necessária com o seu Ministério. Já se esqueceu? Pelos vistos, sim! E o que é que diz essa lei? Que não há renovação sucessiva ou interpolada com o mesmo trabalhador.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Essa era a lei! E tanto assim era que a direita a revogou. Mas, na alteração ao Código do Trabalho, está lá assinado: José António Vieira da Silva.
O Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social: — Leia a lei!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Exactamente a mesma proposta,…
O Sr. Jorge Strecht (PS): — É a lei!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — … com a maior honra e com o mínimo de verdade, é o que esta bancada vai propor aquando da discussão do Código do Trabalho!
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, queira concluir.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — E espero que sim, que seja aprovada. Retenham bem. Isso seria, de facto, o combate à precariedade, mas isso é o que o Governo não quer assumir.
Sr. Presidente, termino, dizendo que nós não nos esquecemos de nada e mantemos aqui todas as nossas propostas. Inclusivamente, aceitaríamos, do ponto de vista intelectual, que o Governo dissesse: nós mudámos de opinião, hoje defendemos uma série de outras coisas que não defendíamos no passado.
Contudo, o que entendemos totalmente insustentável e errado do ponto de vista do debate político e que não enriquece a democracia, antes pelo contrário, tenta demonstrar a falsa consciência do Partido Socialista,…